Pedro de Fiães era um presbítero, talvez sem grande notoriedade, que viveu em tempos no mosteiro cisterciense de S.João de Tarouca. Teria passado despercebido se, por obra do destino, uma pedra com o seu nome não fosse encontrada numa fossa de um dos edifícios do convento. Pouco mais sabemos de Pedro e de outros homens que viveram no mosteiro. A maior parte da documentação ardeu num incêndio em Viseu onde estava guardada.
Os monges de Cister vieram para Portugal nos alvores da nacionalidade. Ergueram vários mosteiros e dedicaram-se, como era sua prática, à agricultura. Ora et Labora (Reza e Trabalha) era a sua divisa. Assim fizeram e engrandeceram os mosteiros com muitas terras e outras riquezas.
Viviam longe das cidades, mas nem por isso deixavam de saber tudo o que acontecia, principalmente as modas no que ser referia às artes.
Partiram no século XIX, na sequência da expulsão das ordens religiosas, as terras, os conventos e todos os outros bens foram vendidos. Cister nunca mais voltou a Portugal.
São João de Tarouca sofreu. As propriedades foram retalhadas, muitas obras de arte perderam-se...
A igreja escapou como paroquial, mas esteve até há duas décadas num estado lastimoso.
Hoje, o estado recuperou os terrenos do convento, a Igreja foi recuperada e com um pouco de atenção e graças à tecnologia até podemos "espreitar" como era o velho mosteiro.