Estado do Ensino

Episódio 15 de 180 Duração: 60 min

O Conselho Nacional de Educação analisou um assunto complexo. Juntou peças, olhou para números, recolheu opiniões, tirou conclusões e deu sugestões numa matéria delicada e nada consensual. Portugal continua a ser dos países da Europa com maior número de retenções de alunos. O modelo de chumbar quem não tem aproveitamento escolar, enraizado na sociedade portuguesa e na cultura escolar, será ou não eficaz? A questão está novamente na ordem do dia.
David Justino, ex-ministro da Educação, conselheiro de Cavaco Silva para os Assuntos Sociais e presidente do Conselho Nacional da Educação, decidiu abalar o debate público propondo o fim do que chama a "cultura da nota", pelo seu "carácter sancionatório e penalizador" - que estraga a vida a 150 mil alunos por ano no básico e no secundário. Argumenta o especialista que, como cada um dos alunos retidos custa à volta de 4 mil euros por ano, o fim dos chumbos poderia gerar uma poupança anual de 600 milhões de euros. Igualmente benéfico seria o fim da afixação das notas nas paredes das escolas, de forma a eliminar o risco de estigma que se cria à volta de um aluno que reprova. Todas estas medidas visariam alcançar o objetivo da taxa de abandono escolar de 10_ em 2020.
Qual é o estado do ensino básico e secundário português? O modelo de ensino português é obsoleto ou mantém-se atual? Que fatores explicam que Portugal seja um dos países da Europa com maior número de retenções? Os chumbos serão ou não eficazes para quem tem baixo aproveitamento escolar? Os chumbos estragam a vida dos alunos? Como? O fim dos chumbos é uma medida meramente economicista ou tem em conta um melhor acompanhamento e rendimento dos alunos? O fim dos chumbos é justo para aqueles que têm melhor aproveitamento escolar?