A Saga de Peneiredo

Episódio 42 de 202

Vítor está sentado frente ao rádio de onda-curta e fala ao microfone. Vítor fala para o comando-geral. De repente, umas interferências mais fortes interrompem a conversa e Vítor não percebe o que se está a passar. Ele começa a ouvir uma voz de narrador clássico e o som parece vindo dum disco antigo, em vinil. Ouve-se a voz de Viriato com algumas interferências e ele pergunta se estão todos prontos para mais um capítulo da Saga de Peneiredo, a radionovela que revela a história verídica da família Bastos e do famoso solar "Peneiredo, em 1833. Vítor não consegue perceber de onde vem essa transmissão e nem sabe que quem falou foi Viriato. Na rádio, Carlos está com os auscultadores postos quando entra Vítor. Ele pergunta-lhe se ele anda novamente a mexer na frequência da rádio e Carlos diz que não. Eles começam a ouvir novamente a radionovela. Clara é Laurinda na radionovela e Diogo é Artur. Laurinda chora pois o seu pai prometeu a sua mão a José do Canto. Carlos ouve a radionovela e fica frustrado e comenta com Vítor que Artur e Laurinda querem estar juntos, mas existem diversos obstáculos que estragam tudo. Carlos diz a Vítor que o melhor é irem descansar pois a Saga de Peneiredo é sempre transmitida nessa altura do ano ao meio-dia e à meia-noite, mas apenas durante quinze dias. Vítor refere que é a primeira vez que ouve a radionovela. Carlos diz a Vítor para ele não se preocupar pois a radionovela não tem fim. Vítor pergunta quem é o responsável pela emissão porque essa pessoa tem que ser detida pois é crime ocupar comprimentos de onda. A radionovela continua e estamos em 1938. Viriato é o narrador e Benjamim é Dom António, pai de Laurinda (Clara). Dom António tem interesse que Laurinda case com José do Canto (Fernando) já que ele é uma pessoa influente na região e pode providenciar um futuro próspero. Laurinda pergunta-lhe o que o seu pai acha de Artur e ele diz que Artur é um bom capataz e nada mais. Laurinda fica desiludida. No minimercado, todos comentam a radionovela. Alzira tem pena de Laurinda pois o pai quer obrigá-la a casar com uma pessoa que não gosta só porque ele tem dinheiro. Olga não concorda e acha que José do Canto deve ser muito melhor que Artur. Já Vítor, questiona Alzira e Olga e pergunta-lhes se elas sabem quem anda a fazer as transmissões clandestinas. Alzira explica que ninguém anda a fazer transmissões clandestinas pois é a transmissão da antiga rádio Peneiredo. Vítor pergunta onde fica essa rádio e Alzira responde que já não existe e que são transmissões do passado. Na sociedade recreativa, Carlos está desapontado porque o final da radionovela devia ser revelado e continua sempre incompleto. Viriato fica desiludido e preocupado e vai-se embora. Carlos e Tozé ficam confusos e não percebem a reação de Viriato. A radionovela é novamente ouvida. Laurinda confessa a Artur que não consegue casar com José do Canto pois gosta de Artur. Artur diz que não tem nada para lhe oferecer e que se sente desiludido com a sua vida e por isso decidiu juntar-se aos liberais e amanhã parte para a guerra. Laurinda implora para que ele não vá e Artur pede-lhe para ela aceitar. Ele declama um poema e sai. Laurinda fica em lágrimas. Na escola primária, Viriato procura Patrícia e assume autoria da radionovela. Ele explica que é uma longa história pois no passado foi abordado por um descendente da família Bastos para escrever a radionovela. Patrícia pergunta-lhe porque é que nunca acabaram a radionovela e ele explica que o produtor nunca gostou muito da sua ideia para o final. Viriato explica que queria que Artur fosse morto na guerra por Pedro Bastos (Carlos), o irmão mais novo de Laurinda. Ele também se tinha juntado às tropas, mas pelos absolutistas pois na altura era um reflexo dos tempos que estavam a viver. Assim que Laurinda descobre que Artur morreu às mãos do irmão, ela bebe cicuta e morre também. Patrícia confessa que é um final um bocado trágico. Viriato pede ajuda a Patrícia para escrever um desfecho menos trágico.