Lula da Silva
Ep. 10 31 Out 2016
Karen Armstrong identifica a compaixão como o traço comum das diferentes religiões e vê no sofrimento uma força criadora. Segundo esta escritora inglesa, o sofrimento é transversalmente partilhado, nem que seja pela nossa comum condição mortal, que, só por si, deveria permitir-nos entender a dor do próximo. Hoje, mais do que nunca, o mundo precisa de compaixão, e pormo-nos no lugar do outro tornou-se um imperativo ético.
Não basta, porém, acreditar nesta "regra de ouro": é necessário pô-la em prática, encontrar formas criativas de tornar possível uma ética da compaixão. Karen Armstrong sugere que comecemos por nos escutar uns aos outros, não para encontrarmos uma verdade única, mas para construirmos uma narrativa que não se relacione apenas com factos mas também com uma realidade interior. Karen Armstrong sugere igualmente que retomemos o mito como forma de conhecimento e, acima de tudo, como exercício que nos prepara espiritualmente para a ação.