Este período é o mais crítico e talvez o menos interessante pela qualidade dos filmes produzidos, mas sem o qual dificilmente se poderá entender o que viria a ser o Cinema Português desde os anos 60, o chamado Cinema Novo e o que daí adveio.
Após a chamada Época de Ouro do Cinema Português, houve várias tentativas de uma produção continuada, mas tudo redundou em fracasso por se insistir em copiar os conteúdos dos modelos da época precedente até à estafa e esgotamento.
Assim, nem os esforços para criar espaços com melhores meios técnicos, aparecendo mais estúdios, Laboratórios e Produtoras, nem os esforços criativos dos homens que haviam feito a glória da década anterior, como Leitão de Barros, António Lopes Ribeiro ou Brum do Canto, agora juntos a uma nova geração constituída, em grande parte, por antigos assistentes de realização, conseguiram que o Cinema Português se consolidasse, quer em termos de público, quer em termos artísticos e de qualidade, acabando mesmo por se chegar a 1955, sem qualquer estreia por nada se ter produzido. E a esse ano se chamou o Ano Zero do Cinema Português.
Depois, embora lentamente, outros ventos sopraram. O aparecimento da RTP, o trabalho dos Cineclubes ,as Bolsas do SNI e da Gulbenkian, a aposta numa gente nova que cortava radicalmente com os padrões vigentes, algo poderia mudar. Algo mudou.
Texto Ricardo Machaqueiro
Locução Ana Zanatti
Produção e Investigação de Sara Moreira e Luís Gonçalo
Produção e Autoria de Pedro Éfe
Realização de Manuel Mozos