1930 - os filmes sonoros fazem furor em toda a parte. Em Portugal, uma nova geração de críticos e cineastas entre os quais Chianca de Garcia, Jorge Brum do Canto Leitão de Barros e António Lopes Ribeiro, afirma a necessidade da criação de um grande estúdio apetrechado para o som como peça fundamental para o advento de uma indústria de cinema português.
Enquanto o estúdio não passa de um projecto, Leitão de Barros realiza A Severa, primeiro fonofilme português, que teve de ser inteiramente sonorizado em França e que viria a alcançar um grande sucesso de público, dando força ao projecto de grupo. Mas a grande aposta seria, dois anos mais tarde, o filme A Canção de Lisboa, matriz de todas as comédias posteriores, lançando grandes nomes que marcariam por décadas a comédia portuguesa: António Silva, Vasco Santana e Beatriz Costa, entre outros.
1933 foi não só o ano da estreia da Canção de Lisboa como também o ano de promulgação da Constituição que viria a consagrar o salazarismo e a institucionalizar o Estado Novo. Este, toma em relação ao cinema uma função de forte intervenção, fazendo surgir uma espécie de cinema de Estado, que tem no filme A Revolução de Maio o seu exemplo paradigmático.
Até ao final da década de trinta assiste-se a um incremento do cinema de propaganda bem como a experiência ímpares no nosso cinema, caso da Canção da Terra, continuando a comédia a ser a veia dominante, alcançando grande vigor com o filme de Chianca de Garcia, Aldeia da Roupa Branca.
A par das grandes comédias dos anos 40, como o Pátio das Cantigas e o Pai Tirano, surgem filmes únicos neste período como o caso de Aniki Bóbó e do Ala Arriba.
Os últimos anos da guerra trazem outra realidade ao país; o salazarismo deixa de constituir a esperança que representara nos anos trinta. Os anos já não são alegres e despreocupados. Caminha-se para um lado "mais sério" em detrimento da graça anterior.
Intérpretes Jorge Brás, Isabel Lopes, Pedro Falcão e Bruno Broa.
Produção e autoria de Pedro Éfe.
Realização e argumento de Susana Sousa Dias