Passaram apenas sete anos desde o dia em que a bandeira verde rubra tinha sido hasteada no Palácio das Necessidades em substituição do estandarte real. Contudo, Portugal era já um pouco diferente com a República: a relação do Estado com o cidadão alterou-se, o ensino era obrigatório, as meninas começavam a poder estudar, as mulheres organizavam-se em associações cívicas, reforçou-se a separação do Estado da Igreja, e aprovaram-se as leis do divórcio e do direito à greve, enquanto Carolina Beatriz Ângelo se tornava, de modo totalmente fortuito e único, na primeira mulher a votar em Portugal.
Na Lisboa de 1917 assistia-se de novo à revolta e davam-se passos largos para outra forma de governar. A revolução de 5 de dezembro desse ano depôs o Presidente Bernardino Machado, deu um rude golpe nas políticas do influente ministro Afonso Costa e saldou-se em 109 mortos e mais de 500 feridos.
Os anos de 1917 a 1925 são anos de grande agitação política, de dificuldades económicas e de percalços financeiros. É o tempo da Guerra, das alterações de regime, do protagonismo dos grupos de agitação da rua.
Os presidentes deste período exerceram a sua magistratura conforme a sentiram: personalizada com Sidónio Pais, cumpridora com Canto e Castro, moderada com António José de Almeida e distante com Manuel Teixeira Gomes.
Produção: BraveAnt
Realização: Rui Pinto de Almeida