?Descendente de galegos, nasceu no Brasil em 1937 e, por isso, o seu coração dividiu-se sempre em duas pátrias, a brasileira e a espanhola. Ou talvez três, se considerarmos a língua portuguesa também como pátria. O seu sonho de criança era tornar-se escritora e foi concretizado na plenitude. A convidada deste Bairro Alto é Nelida Piñon. O seu primeiro romance, ?Guia-mapa de Gabriel Arcanjo?, viu a luz das páginas em 1961. Desde então escreveu obras como ?A República dos Sonhos?, ?A Doce Canção de Caetana? ou ?Vozes do Deserto?. Veio agora a Portugal para lançar ?Aprendiz de Homero?, o seu último livro, e no passado publicou no Brasil as suas memórias, ?Coração Andarilho?. Nelida ganhou, em 2005, o prestigiado prémio Príncipe das Astúrias, tal como já tinha ganho, no Brasil, o Jabuti, outra importante distinção literária. E há um outro título que ninguém lhe pode tirar: ter sido a primeira mulher no mundo a presidir a uma academia de letras, mais concretamente a Academia Brasileira de Letras?