Era uma vez uma típica família portuguesa, edificada a partir da respectiva união religiosa. Até há bem pouco tempo a história variava pouco e a moral era sempre a mesma: a maioria dos portugueses casava cedo, tinha um nível de vida muito abaixo do limiar da pobreza, mas em compensação produzia filhos com fartura que dava para exportar muita mão-de-obra, sobretudo trolhas para França.
Não sabendo ainda hoje porque carga de água as coisas deixaram de ser daquela maneira, o certo é que nas últimas décadas tudo se modificou. Portugal passou a ser um dos países da Europa com as mais baixas taxas de natalidade e, no seio da sociedade, assiste-se actualmente a uma discussão que pretende abalar o conceito tradicional de uma família.
As novidades em Portugal, e temas velhos na Europa, são a discussão de assuntos como o casamento entre homossexuais e a adopção de crianças por parte de casais como mesmo sexo. Um pouco mais consolidada nas mentalidades lusas está a história das famílias mono-parentais e em união de facto.
Como não poderia deixar de ser, a ala mais conservadora da sociedade está, em matéria social, profundamente em desacordo com os novos ventos de mudança exigidos pelo sector mais liberal da sociedade portuguesa.
Estaremos perante um braço-de-ferro onde, de um lado, está quem luta para manter as coisas na mesma e, do outro, aqueles que defendem o direito à diferença numa sociedade livre e aberta?
A questão de hoje é clara:
- ?Ò mãe, posso trocar-te por uma mãe adoptiva??
Convidados:
Carla Caldeira (Empresário)
José Cid (Músico)
Miguel Vale de Almeida (Antropólogo)