O professor Rosado Fernandes inicia o documentário salientando que atrás de uma grande catástrofe surge geralmente um grande homem. Em Portugal, o terramoto de 1755 estava prestes a fazer nascer um dos maiores líderes que o país já conheceu. Um líder que em breve se tornaria no maior português de todos os tempos.
A reconstrução de Lisboa devastada pelo terramoto é um marco para o País ? e para o mundo. Ela inaugura uma nova era em Portugal ? a era da modernidade. Por trás disto está um homem: Sebastião José de Carvalho e Melo, que governou o País durante 26 anos.
O facto de ter tomado a pulso os acontecimentos para tirar Lisboa do caos bastaria para definir um estadista. O futuro Marquês de Pombal foi o homem certo, no sítio certo, na altura certa, capaz de assumir a gigantesca tarefa de reconstruir Lisboa ? tarefa única na história nacional. Na altura ele pensou apenas em ?enterrar os mortos e cuidar dos vivos?, sem saber que viria a criar, do ponto de vista arquitectónico, a primeira cidade moderna do Ocidente.
Mas a nova baixa Pombalina está longe de ser a única obra que Sebastião José deixou ao Pai. Para Rosado Fernandes, não houve nenhum outro português com este espírito empreendedor, com esta obsessão reformista. Só havia uma coisa que excitava mais o Marquês do que ter projectos. Era concretizá-los.