As cantinas desempenharam durante a época colonial um papel decisivo no abastecimento alimentar às populações do interior de Moçambique. Depois da independência e com a guerra civil muitos cantineiros fugiram, e outros morreram. E com o crescimento dos vendedores ambulantes as velhas
cantinas ainda existentes no mato acabaram por perder espaço e fregueses. Mesmo assim, no interior
profundo do país, há ainda alguns resistentes. Raros portugueses que trocaram a cidade pelo mato e se dedicam ao comércio e à criação de gado.Chegaram a Moçambique muito novos.Sobreviveram
a quase tudo.A guerra, as cheias, os problemas do pós-independência.As familias fugiram.
Mas estes homens, que recomeçaram as suas vidas do zero, recusam regressar dfinitavamente Portugal.
Vivem em pleno mato.Integrados nas culturas indigenas.E até já recorrem aos curandeiros.
São os últimos "Sobreviventes do Império".
Um trabalho do jornalista Alberto Serra.
Imagem de António José Fernandes, edição Paulo Alexandre e pós-produção-audio de Luís Mateus.