A orquestra Gulbenkian foi fundada no início da década de 60. O primeiro concerto teve lugar no Teatro D. Maria II em Lisboa, em Dezembro de 1964. Eram, então, 12 músicos.
Passadas quatro décadas, a Orquestra o número de elementos aumentou e o repertório musical alargou-se. Para trás fica a gravação de inúmeras obras e a participação em dezenas de espectáculos em quase todos os continentes.
Atualmente a orquestra integra 60 músicos de 13 nacionalidades diferentes: portugueses, chineses, norte-americanos, russos, arménios, franceses... Uma diversidade que se esbate quando sobem ao palco e seguem a mesma partitura.
Pertencer ao quadro da Fundação permite-lhes uma estabilidade profissional que não encontram noutras orquestras. Nos concursos aparecem sempre muitos estrangeiros. A seleção é, normalmente, através de uma prova cega: os músicos tocam atrás de um biombo negro, o júri não os vê só os escuta.
Em Dezembro passado, a orquestra participou numa tournée europeia, que incluiu concertos em Lisboa, Amsterdão, Paris e Madrid.
Pela primeira vez, abriu as portas a uma câmara da televisão que acompanhou os ensaios dos programas musicais e os bastidores dos concertos. Um processo difícil, sobretudo porque o programa incluía uma obra rara de Stravinsky: Perséphone - uma peça muito pouco conhecida tanto do público como dos músicos.
Como é gerir músicos com origens, culturas e percursos tão diferente? Que relação se estabelece entre o maestro e os músicos durante os ensaios? Onde procuram inspiração para os concertos? Quais os bastidores e como se organiza uma deslocação internacional?
"ENSAIO SOBRE A ORQUESTRA", uma reportagem de Vítor Gonçalves.