?Vive-se época perigosa e triste?, são as palavras de Pina Manique quando recebe, por correio, três caricaturas que o ridicularizam. Para fazer frente à Academia das Ciências do Duque de Lafões, Pina Manique inicia uma cruzada contra os partidários das ?ideias do século?.
Até ao final de 1796, Bocage continuava à margem da aproximação de Pina Manique aos poetas e intelectuais. Num reencontro fugaz que tem com Bocage, Macedo vangloria-se de ter saído vitorioso da ?Guerra dos Vates? ? afinal, antes ainda de obter o breve da secularização, gozava desde 1793 das honras de pregador da Real Capela.
Por intermédio do seu amigo Pedro José Solano, teólogo, poeta e acusado publicamente por Macedo de ser um pedreiro-livre, Bocage acaba por pertencer, ainda que por pouco tempo a uma loja maçónica, ao mesmo tempo que, para impressionar a Marquesa d?Alorna, que tanto admira, se filia na Sociedade da Rosa, associação criada pela Marquesa com o fim de combater as sociedades maçónicas e as ideias da Revolução Francesa. A Marquesa d?Alorna odeia maçonaria e detesta jacobinos porque tem sempre presente as cenas de horror que presenciou em Paris e Marselha, onde esteve na época de terror da Revolução Francesa.
A trama política adensa-se: Pina Manique, com o propósito de comprometer a antiga aristocracia, faz o príncipe crer que se tramava uma conspiração, promovida pelos governos francês e espanhol, para derrubá-lo e promover a princesa Carlota Joaquina regente do reino.