A chegada de Manteigui atormenta-o e Bocage vê-se novamente em Lisboa com os fantasmas que o levaram a abandonar Goa. Bocage vê-se conduzido por uma obsessão amorosa exacerbada que, quando transposta para os sonetos, faz dele um precursor do romantismo.
Bocage tenta falar com Manteigui, mas mais uma vez é rejeitado, como terá acontecido na Índia. Bocage não lida bem com a rejeição e culpa-a por ter deixado lá a famosa caixa repleta com alguma da sua melhor produção literária de sempre. Furioso, inicia febrilmente a redacção de um ?poema num só canto? com o título ?A Manteigui?.
Estes factos coincidem com a sua admissão na Nova Arcádia. Bocage é admitido com o nome pastoril de Elmano Sadino, resultado de um anagrama com o seu primeiro nome e de uma referência ao Rio Sado, nas margens do qual nascera.
A Nova Arcádia era, a princípio, um grupo despretensioso, sem nenhuma preocupação com os ventos políticos que sopravam do lado de lá dos Pirinéus. A chegada de Bocage coincide com a efervescência do período revolucionário em França e com a entrada de novas ideias em Portugal, que Pina Manique tentava a custo dominar.
Bocage não se dá bem. A sua vivacidade, acidez crítica e orgulho destemperado chocam com a hipocrisia ali reinante dos elogios mútuos e dos textos a metro repletos de futilidades. O génio do vate sadino começa a despertar invejas entre os outros arcades e o ambiente, a pouco e pouco, vai se degradando. Muitos deles acabam em confronto físico e cabeças rachadas. Bocage vê-se sozinho e sente-se ameaçado pela intelectualidade de Lisboa, a inquisição da igreja e pelos polícias de Pina Manique...