A propósito do funeral de Ferreira de Castro, Vitorino Nemésio refere que foi abordado no "Jardim - Escola João de Deus" (onde o corpo de Ferreira de Castro esteve a ser velado) por um rapaz que lhe disse que Nemésio só falava de coisas antigas.
O autor concorda, considera-se "um palrador da televisão" e começa a dissertar acerca da linguagem como instrumento nas relações entre as pessoas e sobretudo no momento político que então se vivia: o pós - 25 de Abril.
Insurge-se sobretudo contra a proliferação de símbolos e siglas que os partidos políticos utilizavam para tentarem definir as suas políticas, numa tentativa de utilizarem linguagem de salvação, já que tinham pouca capacidade de salvação concreta. Nemésio considera que deve haver rigor no que se diz ou no que se escreve e que as palavras devem ter um conteúdo preciso.
Acaba a palestra com uma ligeira ferroada nos "cravos de Abril", que considera cravos de cultura da sociedade de consumo e não as cravinas espontâneas que florescem nos canteiros populares.