Três cordas tem a viola literária de Raul Brandão: a primeira são as Memórias, a segunda a História ("El Rei Junot" 1817) e a terceira é a da Crónica dos Pobres. Todos eles merecem hoje ser ouvidas e o mais célebre de todos os acordes é o livro "Os pescadores". Mas nenhum livro é mais comovente do que "Os pobres", livro quase esquecido, ou para o qual evitamos olhar, porque não nos deixa a consciência em paz. É todo esse percurso literário que é recordado durante a descarga de um pesqueiro na doca de Sesimbra.