Apresentadores: Isabel Oliveira e Mário Carneiro
Convidados:
Eugénio Sequeira - Investigador Conselheiro
Vítor Loureiro - Plano de Acção Nacional de Combate à Desertificação
Miguel Lupi Caetano - Ass. Produtores Florestais da Península de Setúbal
Ursula Casa - Mediadora de Conflitos
Ao longo de décadas é raro o ano em que Portugal não tenha sofrido com inundações no Inverno e fogos florestais no Verão. A alternância das catástrofes chega a ser tão regular que quase poderíamos falar da estação das inundações e da estação dos incêncios. Na sequência de uma e outras sucedem-se as declarações dos responsáveis políticos que prometem tomar medidas para, em definitivo, prevenir o pior. Mas os ciclos catástrofe-promessas-catástrofe ainda não foram interrompidos pelas medidas necessárias. Quase um ano depois do trauma do Verão passado, não existem ainda garantias quanto ao facto de este ano o cenário não se repetir... Ora a erosão dos solos e a desertificação estão na origem das catástrofes que enunciámos. Portugal é o país do sul da Europa que apresenta mais problemas a este nível. Mais de 35 por cento dos solos do território continental podem ficar tão degradados que a tendência é para, a longo prazo, estarem transformados em areia.
Para este fenómeno concorrem condições naturais mas, sobretudo, a acção do Homem: a forte pressão do turismo, o deficiente ordenamento do território, a desflorestação e algumas práticas agrícolas colocaram Portugal na lista dos 120 países do mundo em risco de desertificação.