Como o barro que mergulha e comanda as mãos do artesão, assim o fado de Duarte invade a voz e se comanda. Nunca vejo a distância nem o impulso que faz aquele canto. Nos seus fados há um deslize da sua tensão emocional, uma imensa promiscuidade entre voz e silêncios. Qualquer lembrança do fado que ouvimos, desaparece. Há dias em que continuamos a ser nós próprios, nem sempre, mas quando nos deixamos encher por este fado com certeza estamos cada vez mais a ser nós próprios. E é nos seus fados que revisamos o nosso próprio fado (destino)? (M.Chambel)