No séc. XIII, uma senhora nobre funda na região de Entre-os-Rios um mosteiro de Clarissas. Nos finais do séc. XIV, a Rainha D. Filipa de Lencastre trata de conseguir que essa comunidade de monjas seja transferida para a cidade do Porto. Nos inícios do séc. XV, já a rainha tinha morrido, é lançada a primeira pedra da nova casa conventual, dentro das muralhas da cidade, próximo da Sé, nos domínios do Bispo do Porto, que oferece a máxima resistência ao projeto. Com o passar dos anos, o complexo conventual cresce, enriquece-se e, no séc. XVIII, a igreja do Convento de Santa Clara é de um requinte notável, mesmo para o contexto da época. Meio escondida na malha da cidade, a igreja sobrevive às invasões francesas, à guerra civil e ao ódio ao Barroco que anima liberais e republicanos. Restaurada já no séc. XXI, a igreja de Santa Clara revela-se um exemplar excecional do Barroco português.
