Filme do cineasta espanhol Víctor Erice ("Fechar os Olhos", "O Sonho da Luz, o Sol do Marmeleiro", "O Sul"), um dos melhores filmes da história do cinema espanhol

Um dos melhores filmes espanhóis de sempre, construído à volta do mito de Frankenstein, recriado no espírito de uma criança depois de ver o filme de James Whale num cinema ambulante. O filme decorre na atmosfera deprimente e opressiva da província espanhola nos anos que se seguiram ao fim da Guerra Civil e ao mesmo tempo num ambiente algo irreal.

Ano 1940. Uma pequena vila perdida no planalto castelhano. É domingo e a carrinha do filme chega. No salão improvisado, é projetado "Frankenstein". Durante noventa minutos, as velhas palavras do mito romântico ressoam pelas ruas solitárias. Entre os espectadores estão duas meninas: Isabel, de oito anos de idade, e a sua irmã Ana, de seis. A pequena Ana pergunta à mais velha porque é que o monstro mata e porque é que morre no fim. Isabel resolve as questões graças à sua imaginação: o monstro é um espírito que pode aparecer se formos seu amigo e o invocarmos através de determinadas palavras.
O que é um jogo de imaginação para Isabel torna-se uma realidade vital para Ana. A menina procura o monstro, convoca-o. A velha mansão onde vivem com os pais está repleta da presença de algo intangível que só Ana parece profundamente determinada em descobrir.
Os pais vivem as suas nostalgias, as suas frustrações, sem aproveitarem o que a mente da sua pequena filha esconde. Um dia, Ana desaparece. A busca será agonizante. Ninguém, exceto ela, poderá saber o final da aventura.