Capital versus democracia, uma equação americana numa série documental de 3 episódios
10% dos americanos mais ricos detêm 80% dos recursos do país. Esta série documental analisa a narrativa capitalista que ajudou a perpetuar o sonho americano durante mais de 150 anos, de Rockefeller a Bezos.
A cultura, a publicidade, as relações públicas e sobretudo a filantropia são as armas de um verdadeiro evangelho da riqueza que, apesar das desigualdades, continua a alimentar a lenda norte-americana. Até quando? Em 2018, o património líquido das três pessoas mais ricas da América do Norte era igual ao de cerca de metade dos norte-americanos menos ricos, isto é, 162 milhões de pessoas. Desde a sua criação, os Estados Unidos têm sido a própria Terra Prometida do capitalismo. Mas, a acumulação de riqueza não pode ser feita à custa da democracia, como diziam os pais fundadores, eles próprios multimilionários. Demasiadas desigualdades aumentam o risco de caos. Capital versus democracia: uma equação tipicamente americana.
Ao longo de uma história que vai de 1870 até aos dias de hoje, a série documental revela como uma pequena elite sempre soube justificar a sua opulência. Do poderoso álibi filantrópico à promessa constantemente renovada de "trickle-down", do mito do self-made man à figura heroica do génio visionário de Silicon Valley, os três episódios revelam um século e meio de capitalismo fora de controlo, apesar dos conflitos e das lutas. Se o movimento Occupy Wall Street, em particular, denunciou a ganância deste "1%" da população face aos "99%" que sofrem com isso, 722 bilionários e 22 milhões de milionários norte-americanos continuam a aumentar discretamente a sua fortuna pagando menos impostos do que as suas secretárias, de forma totalmente legal.
