A acidentada trajectória de uma mulher na Alemanha, através da guerra, da ocupação e do milagre económico, num dos filmes de maior sucesso de Fassbinder que deu a Hanna Schygulla o papel da sua vida

Uma das obras-primas de Fassbinder que inclui várias metáforas sobre a questão da identidade e as experiências do pós-guerra alemão.

Segunda Guerra Mundial. Maria casa-se apressadamente com Hermann Braun, um soldado alemão que no dia seguinte parte para a frente de combate. Maria sobrevive como pode aos anos de guerra. Após a capitulação da Alemanha o marido é oficialmente dado como desaparecido em combate, mas Maria recusa-se a acreditar na sua morte. Uma história de luta pela sobrevivência que tem como pano de fundo os anos de guerra até ao milagre económico que se lhe seguiu.

"O casamento de Maria Braun", um dos maiores sucessos mundiais de Fassbinder, é um notável melodrama sobre a acidentada trajetória de uma mulher na Alemanha ao longo dos anos da guerra, da ocupação e do milagre económico. Por um lado, Fassbinder, constrói o espantoso retrato de uma mulher de forte fibra moral num universo de completa amoralidade, sempre obcecada pelo reencontro com um marido que as adversidades da História adiam de forma amarga e irónica. Por outro lado, "O Casamento de Maria Braun" é uma admirável reflexão no feminino sobre a Alemanha do pós-guerra, que seria o primeiro filme de uma admirável trilogia que tornou Fassbinder nos dos cineastas europeus de maior prestígio nos finais dos anos 70. Hanna Schygulla, a atriz emblemática de Fassbinder, tem aqui o maior papel da sua carreira.