Abaixo do Normal

A história não contada de um dos maiores escândalos da história da educação britânica

"Abaixo do Normal" revela como as crianças negras, nas décadas de 1960 e 1970, eram por rotina enviadas para escolas para alunos "abaixo do normal" do ponto de vista educacional e como pais, ativistas e professores se uniram para combater essa injustiça.

Na década de 1960, enquanto os jovens negros se confrontavam com o movimento "black power" e se iniciava uma longa luta contra os abusos policiais, a maioria dos migrantes das Índias Ocidentais procurava evitar problemas. Trabalhavam arduamente na esperança de dar melhores oportunidades e educação aos filhos.
No entanto, num país dominado pelos brancos, onde a política estava a tornar-se cada vez mais racializada, havia a questão de como a sociedade e os professores olhavam para as crianças negras. Mesmo antes de terem oportunidade de se desenvolver intelectualmente, eram rotuladas de estúpidas, difíceis e perturbadoras. O paradoxo é que muitos dos novos migrantes que chegavam à Grã-Bretanha eram, de facto, altamente qualificados. Um deles foi Gus John, que chegou de Trinidad como noviciado dominicano para se tornar sacerdote. Quase imediatamente foi contactado por alguns pais negros preocupados com a escolaridade dos filhos. Juntamente com vários outros educadores, John rapidamente percebeu que o sistema não era apenas inapto, mas estava na verdade manipulado contra as crianças negras. Ao mesmo tempo, os famosos psicólogos Hans Eysenck e Arthur Jensen propunham teorias de que os negros eram geneticamente menos inteligentes que os brancos. Estas teorias infiltraram-se na formação de professores e chegaram às escolas. Os testes de QI foram baseados nessas teorias, com probabilidades horrendamente desfavoráveis para as crianças das Índias Ocidentais.