Serena Williams. Uma carreira de sucesso nos courts de ténis

por Inês Geraldo e Sara Piteira (grafismo) - RTP
Serena Williams despede-se dos courts e deixa um grande legado desportivo no ténis e desporto feminino Reuters

Considerada por muitos como a melhor jogadora de ténis de todos os tempos, Serena Williams colocou um ponto final na carreira. Longa, contando com muitos títulos e algumas controvérsias. No entanto, a norte-americana que completa 41 anos no fim deste mês é elogiada pela competitiva na era Open e pelas vitórias que conseguiu, tanto sozinha, como ao lado da irmã, Venus Williams.

Nascida no Michigan, foi em Compton que Richard Williams começou a treinar as irmãs Williams para carreiras de sucesso. A história foi eternizada pelo cinema com o filme “King Richard”, e as duas irmãs têm sido para muitos um exemplo de como bem jogar dentro do court. No entanto, é Serena quem agrega a maior partes dos holofotes.

Tornou-se tenista profissional em 1995 e a primeira grande vitória num Grand Slam surgiu em 1999. Foi em casa, no Open dos Estados Unidos, em Flushing Meadows, que marcou o nome num dos quatro maiores torneios do circuito do ténis mundial.

Até hoje, dia em que se retira do desporto que a deu conhecer ao mundo, Serena Williams tem um impressionante registo de 23 vitórias em Grand Slams, tendo um total de 73 títulos vencidos na carreira. Seja em singulares, seja em pares, Serena conseguiu conquistar todos os Grand Slams.

Apesar de ter sido em casa a primeira grande vitória, é em Wimbledon e na Austrália que Serena consegue a maioria dos seus Grand Slams. Sete títulos conquistados em cada um dos torneios, com mais seis festejados em Nova Iorque e outros três no mítico palco de terra batida, Roland Garros.

Serena Williams fica apenas atrás de Margareth Smith Court no que diz que respeito a títulos do Grand Slam, ficando a apenas um título de igualar a tenista que se celebrizou nas décadas de 60 e 70. Em pares conquistou 14 títulos, a maioria ao lado da irmã mais velha, Venus.


Chegou pela primeira vez ao primeiro lugar do ranking WTA a 8 de julho de 2002 e esteve mais de 200 semanas no topo do circuito feminino de ténis, e ainda celebrou o sucesso olímpico. São quatro as medalhas de ouro conquistadas: três em pares (todas com a irmã) e uma em singulares, nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, numa vitória rápida sobre Maria Sharapova.

Serena Williams tornou-se também na tenista que mais dinheiro arrecadou no circuito, um valor estimado em mais de 100 milhões de euros, apenas alcançados e suplantados por figuras como Roger Federer, Novak Djokovic ou Rafa Nadal.

Em 2017 teve a primeira filha e a vida mudou para a tenista. Em agosto deste ano, na revista Vogue, a tenista americana anunciou a retirada, explicando que agora é hora de escolher a família, apesar de revelar que terá saudades de ser a miúda que jogou ténis e explicando que não gosta da palavra "reforma".

Um epíteto que em nada explica uma carreira em que muito conquistou e muitos inspirou. As opiniões podem dividir-se mas são muitos os que apontam Serena como a melhor de sempre no circuito feminino do ténis.

Em 2017, a BBC Sport, através da votação do público, escolher Serena como a melhor jogadora de ténis da era Open, uma opinião também partilhada por Roger Federer em 2018. Em 2019, a Associated Press consagrou a tenista norte-americana como a melhor atleta da década de 2010.

E assim, a 2 de setembro de 2022, na casa que a viu ganhar o primeiro Grand Slam, Serena despediu-se dos courts. Em Nova Iorque, no mítico Arthur Ashe Stadium, Serena Williams realizou o último jogo da carreira, frente à australiana Ajla Tomjanovic, pelos parciais 5-7, 7-6 e 1-6.

No fim, e sem deixar de poder conter as lágrimas, Serena Williams despediu-se, lembrando aqueles que fizeram parte da sua carreira: os pais e a irmã Venus. "Sem Venus, não haveria Serena".
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