Um tecido que armazena energia para alimentar dispositivos eletrónicos e sensores integrados na própria roupa, com aplicações na área do desporto, da saúde e do bem-estar, foi desenvolvido por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
"O têxtil funciona como uma bateria, não necessitando por isso de pilhas externas e não flexíveis que, atualmente, são usadas em vestuário eletrónico", explicou à Lusa Clara Pereira, uma das responsáveis pelo projeto.
A flexibilidade e a rapidez de carregamento são as mais-valias do WEStoreOnTEX, em cujo desenvolvimento participam ainda André Pereira e Rui Costa, também investigadores do Departamento de Química e Bioquímica e do Departamento de Física e Astronomia da FCUP.
Com este projeto, a equipa conquistou o terceiro lugar na edição de 2016 do iUP25k - Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto, que ocorreu no início de junho, tendo recebido um prémio no valor de cinco mil euros.
Para além disso, durante o mesmo concurso, receberam o Prémio Best Energy Business, no valor de dois mil euros, patrocinado pela KIC Inno Energy, no âmbito das melhores ideias nas áreas das Tecnologias da Informação e da Energia.
De acordo com Clara Pereira, a ideia para este produto surgiu da "necessidade emergente"em criar vestuário e acessórios eletrónicos portáteis que forneçam energia, como é o caso de sensores de monitorização de biossinais.
Esses sensores, integrados na própria roupa, servem para medir o ritmo cardíaco, a frequência respiratória e o movimento, por exemplo.
"A indústria têxtil e do vestuário, em Portugal, é um dos setores fundamentais para o desenvolvimento da economia nacional", indicou a investigadora, acrescentando que, por isso, a criação de produtos têxteis inovadores assegura a competitividade e o crescimento dessa área.
O projeto WEStoreOnTEX é financiado pelos laboratórios associados a que os membros da equipa pertencem - REQUIMTE/LAQV e IFIMUP-IN -, ambos localizados na FCUP.