E não são apenas os passos. Um grupo de organizações de consumidores está preocupado com o tipo de dados recolhido pela Google acerca dos seus utilizadores. Orientação sexual, inclinação política, estilo de vida e opção religiosa – o grupo que se prepara para apresentar a queixa aos reguladores acusa o gigante tecnológico de deter informação demasiado sensível através de um sistema que não é de utilização tão livre como seria de supor.
Estas organizações dizem que aquele que é o principal site de buscas da Internet não dá grande liberdade aos utilizadores para desligarem o sistema de localização, já que isso afetará a eficácia de outras funcionalidades.
“A fome por dados da Google é notória”, acusa Monique Goyens, diretora-geral da BEUC, grupo que actua em defesa dos consumidores em Bruxelas, e que serve agora de chapéu para as sete organizações.
“A situação é muito alarmante. Os smartphones estão a ser usados para espiar todos os nossos movimentos”, alerta esta responsável.
Uma acusação refutada pela Google, que diz que colocar o rastreamento em off é uma possibilidade do utilizador. A empresa acrescenta que, por defeito, o sistema aparece desligado e, quando acionado, pode ser colocado em pausa a qualquer momento pelo próprio utilizador.
“Por definição, a localização vem desligada e é possível editá-la, apagá-la ou colocá-la em pausa a qualquer momento”, refere a Google, acrescentando que, “estando ligada, ajuda a melhorar serviços como as previsões de tráfego”.
Um BI informatizado
A possibilidade de traçar o perfil dos utilizadores e o uso que é feito dessa informação parece ser, no caso, a maior preocupação das entidades que preparam as queixas individuais nos respectivos países ao abrigo da regulação europeia para a proteção de dados.
O problema reside igualmente na questão de esta escolha não ser completamente voluntária, já que implica a perda de potencialidades nos sistemas usados.