O Facebook está prestes a lançar uma ferramenta que identifica e informa os utilizadores que foram alvo de influência de notícias ou publicidade de contas falsas. A rede social pretende promover a transparência e alertar as pessoas para as operações de desinformação e influência.
Os utilizadores vão ser informados, com esta nova ferramenta, se gostaram ou seguiram alguma publicação ou página falsa, criada pelo “exército troll” russo acusado de tentar influenciar as eleições nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Com o objetivo de “aumentar a transparência da publicidade no Facebook” e de “proteger as nossas plataformas e as pessoas que as usam de agentes maliciosos que tentam minar a nossa democracia”, segundo o anúncio do Facebook, esta funcionalidade vai monitorizar a atividade dos utilizadores, no período entre janeiro de 2015 e agosto de 2017.
Face às contas identificadas como tendo sido criadas pela IRA – a agência associada ao Governo russo responsável pela presumível campanha de propaganda online a favor de Donald Trump em 2016 – a empresa de Mark Zuckerberg diz que está a criar “um portal para permitir que as pessoas no Facebook saibam de que páginas do Facebook da Agência de Pesquisas da Internet ou contas do Instagram gostaram ou seguiram”.
Todas as páginas integradas nesta ferramenta foram identificadas e associadas à disseminação de notícias falsas e à tentativa de influenciar a favor de Trump na campanha eleitoral para as presidenciais norte-americanas no ano passado.
“É importante que as pessoas compreendam como agentes estrangeiros tentaram semear a divisão e a desconfiança usando o Facebook antes e depois das eleições de 2016 nos EUA”, clarifica a empresa.
Compromisso contínuo
Assim como uma investigação que tem sido levado a cabo quanto à alegada influência por parte de contas falsas, com ligações à Rússia, a empresa reforça o que diz ser o seu compromisso com a transparência e, juntamente com o Congresso norte-americano, o interesse em colaborar com as investigações sobre a presença russa na rede social.
“Como descobrimos informações, apresentamo-nos continuamente para compartilhá-lo publicamente e fornecemos isso aos investigadores do Congresso. E também é por isso que estamos construindo a ferramenta que estamos anunciando hoje”, lê-se na conclusão do comunicado emitido pelo Facebook.
No entanto, esta funcionalidade não terá capacidade para avisar todos os utilizadores que tenham acedido, em algum momento, a conteúdos produzidos pela IRA.
Além disso, a empresa supõe que mais de 140 milhões de utilizadores das redes sociais, como Facebook e Instagram, estiveram expostos a publicações criadas e divulgadas por essas páginas russa e que cerca de dez milhões de pessoas viram anúncios patrocinados pelo Governo russo.
Grande parte destes utilizadores apenas viu a publicação partilhada por amigos ou publicitada por esses agentes, mas não gostaram, não partilharam nem interagiram com essas contas, não sendo, por isso, avisados pelo Facebook de que foram sujeitos a operações de desinformação.
A ferramenta que pretende alertar os utilizadores e proteger a transparência da utilização do Facebook estará disponível até ao fim do ano no Centro de Ajuda do Facebook.