Uma seleção de futebol de Portugal com 'dupla personalidade' perdeu segunda-feira, após 14 jogos invicta, sofrendo pesado 3-0 ante a Holanda, em mau teste luso na Suíça para o Mundial de 2018.
Três dias depois de triunfo sobre o 'mundialista' Egito, por suado 2-1, com um 'bis' de Cristiano Ronaldo nos descontos, o combinado luso desabou frente à 'laranja mecânica', que vai falhar o Russia2018, cedendo o segundo desaire frente ao rival em historial de 13 jogos.
Fernando Santos manteve apenas a titularidade do central Rolando e do 'capitão' Cristiano Ronaldo, destacando-se ainda no 'onze', sem um sistema bem claro em campo, a estreia absoluta do lateral esquerdo Mário Rui.
Sem um 'trinco' puro e com quatro médios de características semelhantes e com dificuldade de entendimento, Portugal foi muito 'doce' para a Holanda, não criando uma verdadeira situação de perigo até ao intervalo e comprometendo várias vezes na defesa.
Ao segundo jogo oficial como selecionador, depois de derrota por 0-1 de sexta-feira com a Inglaterra, Ronaldo Koeman, que deixou o sportinguista Bas Dost no banco, cedeu a iniciativa de jogo (59 por cento de posse de bola lusa até ao descanso), para sentenciar em contra-ataques rápidos e certeiros.
Portugal jogou quase sempre no meio-campo ofensivo, mas sem clarividência ou perigo, ao contrário do adversário que marcou na primeira situação, em contra-ataque concluído com remate de Depay (11).
Sem esboçarem uma reação, os pupilos de Fernando Santos viram como De Light (32) cruzou sem oposição na direita, para o 'míssil' de cabeça de Babel, que até aí parecia divorciado do encontro.
Depois de Bruno Fernandes esboçar o que pareciam duas oportunidades de golo, e já no tempo de compensação, a defesa ficou a ver e van Dijk (45+2) sentenciou, atirando, sem oposição, para o terceiro.
Com André Silva (saiu André Gomes), Gonçalo Guedes (Adrien Silva) e Neto (Rolando) em campo e um '4x4x2' mais esclarecido, Portugal voltou ao jogo com atitude de campeão e em três minutos fez mais do que em toda a primeira parte, mas André Silva e Quaresma não conseguiram materializar.
A atitude que, finalmente, entusiasmava as bancadas cedeu à expulsão de João Cancelo (61 minutos), permitindo à Holanda respirar, ainda assim sem assumir o controlo do jogo.
O campeão da Europa, entretanto sem Ronaldo, nunca desistiu de marcar e teve ocasiões, por Gonçalo Guedes (Cillessen brilhou) e André Silva (contra um defesa), limpando, pelo menos, a má imagem da primeira parte.