Mundial2030: Fernando Gomes acredita em "alavanca" para o futebol português
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, disse hoje acreditar que a atribuição da organização do Mundial2030, em conjunto com Espanha e Marrocos, vai servir para alavancar ainda mais a modalidade.
Questionado sobre o que pode dar a Portugal este Mundial, Fernando Gomes fez "um paralelismo relativamente ao que foi feito em 2004", em que a oportunidade de organizar o Euro2004 "alavancou, por exemplo, a construção das academias em Portugal", muito importantes "no aparecimento do talento do futebol português".
"Eu estou convencido que o Mundial2030, da mesma forma que o Euro2004 serviu dessa alavanca, vai permitir ainda alavancar mais exatamente esse desenvolvimento do futebol português, que tem necessidade dessa alavanca para crescer mais, para desenvolver o talento, porque efetivamente Portugal e os clubes portugueses são acima de tudo clubes formadores e que têm que ser a base da sua sustentabilidade relativamente ao futuro", referiu.
Reconhecendo que esta era uma decisão "de alguma forma eexpectável", pois a FIFA já tinha decidido atribuir o Mundial2030 aos três países há cerca de dois anos, Fernando Gomes lembrou que tudo o que Portugal precisava de fazer "era mostrar capacidade de organizar, respeitar todo o dossiê de candidatura", com a "paixão e as capacidades em termos organizativos dos países envolvidos nesta candidatura".
"Não há dúvida que o fizemos, tivemos uma avaliação de 4,2 em 5, é a mais alta, tanto quanto julgamos saber, avaliação de campeonatos do mundo e, portanto, naturalmente, estamos imensamente satisfeitos porque Portugal pela primeira vez vai estar a organizar um Campeonato do Mundo", afirmou.
Gomes acredita que o Mundial2030 vai marcar o futuro dos próximos campeonatos, recordando o percurso até aqui, que começou em 2018, em Sochi, na Rússia, durante o encontro entre Portugal e a Espanha, no Mundial, em conversa com o então presidente da federação espanhola, Luis Rubiales.
"Pensámos que eventualmente poderia fazer sentido, da mesma maneira que apresentámos uma candidatura conjunta para o Mundial2018, que não foi sucedida, de fazermos um trabalho tendente a apresentar a candidatura para 2030. (...) E, portanto, foi um longo percurso, dentro daquilo que foram as decisões tomadas ao longo destes 13 anos, em termos da promoção do futebol, do desenvolvimento do futebol", afirmou.
Sobre o impacto económico, Gomes disse que "já foram feitos estudos" em termos "do produto interno bruto, ao nível do crescimento e do incremento da atividade económica", que "muito brevemente" vão ser divulgados.
Fernando Gomes, que cumpre o último mandato à frente da FPF, aproveitou ainda para agradecer a todos os que apoiaram esta candidatura, com especial menção ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Os três estádios portugueses candidatos a acolher jogos do Mundial2030 serão o Estádio da Luz, o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e o Estádio do Dragão, no Porto, sendo que o recinto do Benfica -- o único dos três com capacidade mínima de 60.000 lugares e que verá aumentada a lotação para 70.000 -- deverá acolher uma das meias-finais da competição.
Portugal estreia-se na organização de Mundiais, após já ter recebido o Europeu de 2004, enquanto a Espanha organizou o Euro1964 e o Mundial1982, e Marrocos acolheu unicamente a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1988, condição que irá repetir em 2025.