Diogo Costa defende três penáltis e vem aí a França

por Mário Aleixo - RTP
Defender penáltis é com ele Miguel A. Lopes - Lusa

O guarda-redes português Diogo Costa foi na segunda-feira decisivo ao defender três penáltis que colocaram a seleção portuguesa nos quartos de final do Euro2024 de futebol, no final do prolongamento frente à Eslovénia, que terminou com um 0-0.

Não é normal um guarda-redes defender três penáltis, sem sofrer qualquer golo, numa série de cinco, mas o guardião portista já tinha feito a diferença ao compensar um erro capital de Pepe no prolongamento, que deixou Sesko isolado a caminho da sua baliza, defendendo o remate à guarda-redes de andebol, com o pé, quando o golo esloveno parecia iminente.

O facto de o dono da baliza eslovena ser um dos melhores guarda-redes do mundo, Jan Oblak, que até defendeu um penálti de Cristiano Ronaldo na primeira parte do prolongamento (105 minutos), parecia um trunfo dos eslovenos para os penáltis, tanto mais que a sua equipa procurou segurar o 0-0 a todo o custo, apostando na capacidade do seu guardião para fazer a diferença nos castigos máximos.
No entanto, quem fez a diferença foi Diogo Costa, ao defender os três penáltis cobrados pelos eslovenos, enquanto a seleção portuguesa converteu os três, embora seja justo dizer que todos eles foram batidos de forma irrepreensível, desde o primeiro de Cristiano Ronaldo, que assumiu a sua responsabilidade, a despeito de ter falhado o castigo máximo na primeira parte do prolongamento, aos de Bruno Fernandes e de Bernardo Silva.
Números confirmam as qualidades

Pela primeira vez num desempate por grandes penalidades num Campeonato Europeu, um guarda-redes defendeu penáltis. 

Diogo Costa já tinha entrado na história do futebol europeu, quando ao serviço do FC Porto defendeu três penáltis numa só temporada - e isto sem contar com repetições frente ao Brugge - fazendo algo único na história da prova. Agora, voltou a entrar no livro dos recordes.

Com os três penáltis defendidos no desempate com a Eslovénia, são agora 12 aqueles que o guarda-redes defendeu. Estes foram os primeiros que o guardião salvou na decisão por penáltis, pois frente ao Arsenal, pelo FC Porto, não defender nenhum. Mas tem na conta nove no que concerne a tempo regulamentar.

Como profissional, Diogo Costa defendeu três penáltis na Liga 2. Depois, defendeu um na Taça de Portugal, mais dois na Liga e os três, então, da Liga dos Campeões.

Com as defesas desta segunda-feira à noite, elevou para 12 as vezes em que defendeu grandes penalidades.

Palavras do ator principal

O menino nascido na comuna de Rothrist (Norte da Suíça) Diogo Costa emocionou-se nos festejos e também não foi capaz de segurar as lágrimas na zona de entrevistas rápidas: "São jogos mais difíceis. Estamos muito tempo sem tocar na bola, só me focava em aproveitar se houvesse oportunidade. Gastei toda a minha energia nisso. Estou muito contente acima de tudo por ajudar a equipa e quero dedicar isto à minha família, que é o meu suporte", afirmou Diogo Costa, que falou também da grande defesa no frente a frente com Sesko, na reta final do prolongamento: "Como costumo dizer, é uma motivação extra. Da minha parte, trabalho nunca irá faltar, aliás mato-me a trabalhar, a acreditar em mim. E quero agradecer à minha família".
França inconsequente mas eficaz

Na outra partida dos oitavos de final, a França venceu a Bélgica (1-0), com um autogolo do ex-central do Benfica, o veterano Vertonghen, em cujo corpo o remate de Kolo Muani, lançado em campo aos 62 minutos por Didier Deschamps, bateu, traindo o seu guarda-redes a cinco minutos do final do prolongamento.

O triunfo acabou por assentar bem à França, por ter sido a equipa que mais procurou o golo, mas a exibição dos gauleses não foi, de todo convincente, de resto, à imagem do que a equipa fez na fase de grupos, deixando a perceção de ser neste momento uma equipa batível por uma seleção portuguesa em dia sim.
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