Kamala conquista forte apoio entre alunos da Universidade da Pensilvânia

por Lusa

O apoio à candidata democrata à Casa Branca é evidente em todo o campus da Universidade da Pensilvânia, com cartazes espalhados pelos relvados e alunos em campanha por Kamala Harris em cada esquina desta prestigiada instituição de ensino.

Jack Lobel, um dos jovens que apelava ao voto em Kamala Harris durante a tarde de sábado, garantiu à Lusa que os universitários da Pensilvânia "estão muito entusiasmados" com a possibilidade de eleger a primeira mulher Presidente dos Estados Unidos já na terça-feira.

"Nós, jovens, estamos preocupados com a economia, ou seja, em conseguirmos pagar por aquilo que precisamos, mas também com os direitos reprodutivos das mulheres e com o acesso a cuidados de saúde. E é por isso que eu vou votar em Kamala Harris. Ela é a única candidata nesta corrida que se preocupa com os jovens. Enquanto Donald Trump [candidato republicano] nos ataca, Kamala Harris luta por nós", defendeu o estudante de 20 anos.

"Ela quer proteger o direito ao aborto, quer tornar a vida mais acessível para nós, não para os bilionários. Ela quer também proteger o clima, proteger-nos da violência armada. E isso são tudo pontos que me fazem votar em Kamala Harris", acrescentou Lobel, que é também secretário de imprensa dos "Eleitores do Amanhã", um movimento que visa envolver, educar e representar jovens norte-americanos na política e no Governo.

Fundada em 1970 por Benjamin Franklin - um dos "Pais Fundadores" dos Estados Unidos -, a Universidade da Pensilvânia, localizada na cidade de Filadélfia, é uma das oito universidades privadas norte-americanas da `Ivy League` e integra mais de 28 mil alunos, incluindo mais de 6.900 estudantes internacionais, segundo dados da própria instituição.

Os alunos da universidade inserem-se no típico perfil do eleitor do Partido Democrata: "mais jovens, mais diversos racial e etnicamente, e mais propensos a possuir diplomas universitários do que os eleitores republicanos", segundo uma avaliação feita pelo `think tank` norte-americano Pew Research Center.

O debate sobre os limites do direito à interrupção voluntária de gravidez tem estado no centro das campanhas eleitorais, uma questão que se tem revelado crucial entre os jovens.

Donald Trump gabou-se várias vezes da sua responsabilidade pela anulação da proteção federal do direito ao aborto, que foi possível através das suas nomeações de três juízes conservadores para o Supremo Tribunal.

"Para mim, o mais importante é realmente o acesso ao aborto. Acredito que não deve ser o Governo a mandar no corpo de uma mulher, as mulheres têm de poder decidir por elas próprias", argumentou Marianna Pecora.

Além disso, a ativista de 19 anos disse à Lusa acreditar que esta será uma eleição em que o futuro dos Estados Unidos estará em causa e, com um olhar nesse mesmo futuro, votará na atual vice-presidente.

"Nos próximos quatro anos, teremos a oportunidade de conseguir avançar em problemas que nos preocupam enquanto uma geração que foi criada no progresso. E temos Donald Trump como o candidato que quer bloquear tudo isso", avaliou a jovem.

"Tenho muita fé nesta nova geração de jovens e no facto de que temos muito cuidado e empatia uns pelos outros. E também confio que quando damos a esta geração as ferramentas necessárias, ela saberá usá-la e votar em conformidade. Então, tenho esperança de que conseguiremos eleger Kamala", acrescentou Marianna, enquanto fazia campanha pela candidata democrata no campus da Universidade da Pensilvânia.

Também Sofia, uma estudante de 22 anos, depositará o seu voto em Kamala Harris, com o intuito de proteger direitos reprodutivos das mulheres.

"Estou muito preocupada com a possibilidade de Donald Trump voltar ao poder, porque temo que ele possa banir o aborto a nível nacional. Isso assusta-me", admitiu Sofia, que não quis divulgar o seu nome completo.

"Kamala Harris é, definitivamente, uma lufada de ar fresco, fará o país avançar e afastar-se da velha retórica. Estou muito entusiasmada por poder ter, finalmente, uma mulher Presidente", enalteceu a estudante.

As eleições entram na reta final com Trump e Harris praticamente empatados nas sondagens em estados como a Carolina do Norte, Georgia e Pensilvânia, onde uma vitória fará a diferença em termos de votos do colégio eleitoral. Foi com vitórias nestes estados que Trump conseguiu derrotar Hillary Clinton em 2016, apesar de a democrata ter sido a mais votada no total nacional.

Com um pano de fundo totalmente diferentes dos jovens universitários ouvidos pela Lusa está Saheim, um jovem de 24 anos que mora na periferia de Filadélfia e que admitiu estar "inclinado a votar em Donald Trump".

"Assumo que não ouço muitas notícias, tudo o que sei sobre os candidatos é o que vou ouvindo em `podcasts` e acho que Donald Trump é o melhor candidato neste momento", afirmou à Lusa.

Saheim está preocupado com a economia. Tem um pequeno negócio `online` de venda de calçado desportivo e tem procurado saber qual dos candidatos poderá fazer o seu negócio crescer, apostando em Donald Trump, "uma vez que ele sempre foi bem-sucedido nos seus empreendimentos".

De forma a conseguir um rendimento extra, o jovem é também condutor pela plataforma Uber "nas horas vagas". Confessou que nunca saiu dos Estados Unidos e que até as viagens dentro do seu próprio país foram "poucas e curtas", mas diz que gostaria de ir um dia à Europa.

"Ouvi num `podcast` que o Trump vai baixar os impostos. Então sou mesmo capaz de votar nele", reforçou.

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