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Donald Trump venceu as eleições nos EUA. Como será feita a transição?

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Brendan McDermid - Reuters

Após a confirmação da sua vitória nas eleições presidenciais, começa agora o período de transição para a Administração de Donald Trump. A nova administração será totalmente diferente daquela que serviu o Governo de Joe Biden e a equipa de Trump também já garantiu que terá poucas semelhanças à do primeiro mandato.

Kamala Harris garantiu, na quarta-feira, que a transição de pastas para Donald Trump será “pacífica”, garantindo respeito pelos resultados das eleições.

"É isso que distingue a democracia da anarquia e da tirania", disse a vice-presidente democrata, numa crítica velada a Trump, que não reconheceu a sua derrota eleitoral há quatro anos, o que levou ao assalto ao Capitólio por parte dos seus apoiantes.

Na altura, as acusações de fraude generalizada por parte de Trump fizeram com que a transição da administração cessante para a de Joe Biden se atrasasse por semanas e as reuniões presidenciais só começaram no final de novembro.

Para evitar este tipo de atrasos em transições futuras, foi criada a Lei de Melhoria da Transição Presidencial em 2022, que determina que o processo de transição começa cinco dias após a eleição – mesmo que o vencedor ainda esteja em disputa.

Trump tem agora um período de 75 dias para formar a sua equipa antes da tomada de posse, a 20 de janeiro. O presidente eleito vai ter de ocupar cerca de quatro mil cargos governamentais com nomeados políticos, escolhidos pela equipa de Donald Trump, desde o secretário de Estado a outros chefes de departamento do Gabinete do presidente, mas também todos os nomeados para servir a tempo parcial em conselhos e comissões.

Cerca de 1.200 dessas nomeações presidenciais requerem a confirmação por parte do Senado, que tem agora maioria republicana.
Como será composta a administração de Trump?
Com uma mudança de liderança democrata para republicana, a nova administração será totalmente diferente daquela que serviu o Governo de Joe Biden. A equipa de Donald Trump também já revelou que esta segunda administração de Trump terá poucas semelhanças com a primeira.

A equipa que lidera a transição de Trump para a Casa Branca disse que apresentará ao presidente eleito uma "ampla gama de especialistas dos quais ele pode selecionar para a sua equipa", adiantando que vão selecionar pessoas que promulguem políticas que “tornem a vida dos norte-americanos acessível, segura e protegida”.

Figuras que antes atuavam como forças estabilizadoras de Trump, incluindo uma série de chefes de gabinete, secretários de defesa, um conselheiro de segurança nacional, um conselheiro de inteligência nacional e um procurador-geral, abandonaram a equipa do candidato republicano.

Em vez disso, foram substituídos por um grupo de conselheiros e funcionários que partilham as suas visões e apoiam as ideias mais radicais de Trump.

Durante as celebrações da vitória, na quarta-feira, Trump adiantou que o ex-candidato à presidência e ativista anti-vacinação Robert Kennedy Jr. será escolhido para "ajudar a tornar a América saudável novamente", acrescentando que "vamos deixá-lo fazer isso". Apesar da sua crença em teorias da conspiração sobre vacinas e os seus comentários antissemitas, Robert Kennedy Jr. disse recentemente que Trump lhe prometeu que "lutaria como o inferno" por ele se Kennedy quisesse chefiar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

Na campanha, Trump prometeu também transformar Elon Musk num secretário para o "corte de custos" federal, e o CEO da Tesla sugeriu que é capaz de identificar biliões de dólares em gastos governamentais para eliminar.

Uma das escolhas mais importantes de Trump será o seu chefe de gabinete da Casa Branca. Segundo a CNN, fontes próximas da nova administração Trump disseram que Susie Wiles, co-administradora da campanha de Trump, é a favorita.

O ex-presidente norte-americano revelou muito pouco sobre quais os planos para a sua equipa. Mas durante conversas privadas nos últimos dias, Trump deixou uma coisa clara: quer recompensar aqueles que o apoiaram durante os últimos dois anos.

c/agências
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