"Incitamento à insurreição". Câmara dos Representantes aprova impeachment de Trump
A Câmara dos Representantes aprovou na quarta-feira o processo de destituição de Donald Trump, acusando o presidente de "incitamento à insurreição" no ataque ao Capitólio. Foram 232 os votos a favor do impeachment e 197 contra, com dez republicanos a juntarem-se à maioria democrata para fazerem avançar o processo. O Presidente cessante apelou, entretanto, ao alívio de tensões e à paz no país.
Eram necessários apenas 218 votos para que o processo de destituição do Presidente fosse aprovado na Câmara dos Representantes. O mínimo foi superado e os democratas puderam mesmo contar com o apoio de dez republicanos, incluindo Liz Cheney, uma das mais influentes republicanas naquela que é a câmara baixa do Congresso norte-americano.
“Trump convocou esta multidão, uniu esta multidão e acendeu a chama deste ataque”, considerou Liz Cheney. “Nunca houve maior traição de um Presidente dos Estados Unidos ao seu gabinete e ao seu juramento da Constituição”.
A posição da republicana foi ao encontro da do partido da oposição. “Donald John Trump, Presidente dos Estados Unidos, é sujeito ao impeachment por graves crimes e outros delitos”, lê-se na resolução da Câmara dos Representantes, referindo-se em particular ao crime de “incitamento à insurreição contra o Governo dos Estados Unidos”.
“Nos meses que precederam a sessão conjunta do Senado (na qual viria a ser oficializada a vitória de Joe Biden), o Presidente Trump lançou repetidamente falsas declarações de que os resultados das eleições presidenciais eram produto de fraude e não deveriam ser aceites pelo povo americano”, argumentam os democratas.
“Pouco antes de a sessão ter início, o presidente Trump dirigiu-se a uma multidão em Washington para reiterar que tinha ganho estas eleições, o que é falso”, refere o documento, acrescentando que o republicano “encorajou as ações contra a lei no Capitólio”, nomeadamente ao dizer aos seus apoiantes que, “se não derem luta, deixarão de ter um país”.
Julgamento só após tomada de posse de Biden
Os democratas acusam, assim, o Presidente de “ameaçar a integridade do sistema democrático, interferir com a pacífica transição de poder e pôr em perigo um ramo do Governo”.
“Ele traiu a confiança que lhe é depositada enquanto presidente para prejudicar o povo dos Estados Unidos”, sendo por isso “uma ameaça à segurança nacional, à democracia e à Constituição” caso se mantenha no poder.
A aprovação do processo de destituição não conseguirá, no entanto, retirar Trump da Casa Branca até 20 de janeiro, data de tomada de posse de Joe Biden. O processo de julgamento apenas ocorrerá depois dessa data.
Ainda assim, uma eventual destituição deixará uma marca ainda mais negativa ao mandato do Presidente cessante, especialmente depois de o próprio Partido Republicano se ter manifestado contra as atitudes que terão desencadeado o caos no Capitólio.
No último processo de impeachment a que Donald Trump foi sujeito, em 2019, os republicanos da Câmara dos Representantes mantiveram-se unidos contra a destituição do presidente, o que não aconteceu desta vez, em que se juntaram à posição democrata.
Trump lança apelo: “Acalmar os ânimos e promover a paz”
Pouco depois da votação na câmara baixa do Congresso, e na ausência das suas redes sociais, canais prediletos ao longo do mandato, Trump divulgou um vídeo gravado na Sala Oval no qual pediu calma à população perante a ameaça de novos protestos em Washington.
“Quero falar-vos dos perturbantes acontecimentos da passada semana”, afirmou Trump no vídeo, durante o qual não mencionou uma única vez a aprovação do seu processo de destituição.
“Nenhum verdadeiro apoiante meu poderia alguma vez envolver-se em violência política. Nenhum verdadeiro apoiante meu poderia alguma vez desrespeitar a lei ou a nossa grandiosa bandeira americana”, sublinhou.
De seguida, lançou um apelo: “peço a todos os que acreditam na nossa agenda que pensem em maneiras de aliviar as tensões, acalmar os ânimos e ajudar a promover a paz no nosso país”.
A 6 de janeiro, enquanto eram contados no Capitólio os votos do Colégio Eleitoral que viriam a oficializar a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais, apoiantes pró-Trump invadiram o edifício. O ataque resultou em cinco vítimas mortais.
Donald Trump foi fortemente responsabilizado pelo episódio, depois de ter incentivado os seus apoiantes a manifestarem-se contra aquela que considera ser a vitória fraudulenta do seu rival. Para além de ver as suas contas desativadas por várias redes sociais, o presidente enfrenta agora uma eventual destituição, a poucos dias da saída do poder.
Esta é a primeira vez na história norte-americana que um Presidente é alvo de um processo de impugnação por duas vezes ao longo do seu mandato.
“Sabemos que o Presidente dos Estados Unidos incitou esta insurreição, esta rebelião armada contra o nosso país comum”, defendeu Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, momentos antes da votação de quarta-feira para aprovar o impeachment. “Ele tem de ir. Ele é um claro perigo para a nossa nação, que todos amamos”.
“Trump convocou esta multidão, uniu esta multidão e acendeu a chama deste ataque”, considerou Liz Cheney. “Nunca houve maior traição de um Presidente dos Estados Unidos ao seu gabinete e ao seu juramento da Constituição”.
A posição da republicana foi ao encontro da do partido da oposição. “Donald John Trump, Presidente dos Estados Unidos, é sujeito ao impeachment por graves crimes e outros delitos”, lê-se na resolução da Câmara dos Representantes, referindo-se em particular ao crime de “incitamento à insurreição contra o Governo dos Estados Unidos”.
“Nos meses que precederam a sessão conjunta do Senado (na qual viria a ser oficializada a vitória de Joe Biden), o Presidente Trump lançou repetidamente falsas declarações de que os resultados das eleições presidenciais eram produto de fraude e não deveriam ser aceites pelo povo americano”, argumentam os democratas.
“Pouco antes de a sessão ter início, o presidente Trump dirigiu-se a uma multidão em Washington para reiterar que tinha ganho estas eleições, o que é falso”, refere o documento, acrescentando que o republicano “encorajou as ações contra a lei no Capitólio”, nomeadamente ao dizer aos seus apoiantes que, “se não derem luta, deixarão de ter um país”.
Julgamento só após tomada de posse de Biden
Os democratas acusam, assim, o Presidente de “ameaçar a integridade do sistema democrático, interferir com a pacífica transição de poder e pôr em perigo um ramo do Governo”.
“Ele traiu a confiança que lhe é depositada enquanto presidente para prejudicar o povo dos Estados Unidos”, sendo por isso “uma ameaça à segurança nacional, à democracia e à Constituição” caso se mantenha no poder.
A aprovação do processo de destituição não conseguirá, no entanto, retirar Trump da Casa Branca até 20 de janeiro, data de tomada de posse de Joe Biden. O processo de julgamento apenas ocorrerá depois dessa data.
Ainda assim, uma eventual destituição deixará uma marca ainda mais negativa ao mandato do Presidente cessante, especialmente depois de o próprio Partido Republicano se ter manifestado contra as atitudes que terão desencadeado o caos no Capitólio.
No último processo de impeachment a que Donald Trump foi sujeito, em 2019, os republicanos da Câmara dos Representantes mantiveram-se unidos contra a destituição do presidente, o que não aconteceu desta vez, em que se juntaram à posição democrata.
Trump lança apelo: “Acalmar os ânimos e promover a paz”
Pouco depois da votação na câmara baixa do Congresso, e na ausência das suas redes sociais, canais prediletos ao longo do mandato, Trump divulgou um vídeo gravado na Sala Oval no qual pediu calma à população perante a ameaça de novos protestos em Washington.
“Quero falar-vos dos perturbantes acontecimentos da passada semana”, afirmou Trump no vídeo, durante o qual não mencionou uma única vez a aprovação do seu processo de destituição.
“Nenhum verdadeiro apoiante meu poderia alguma vez envolver-se em violência política. Nenhum verdadeiro apoiante meu poderia alguma vez desrespeitar a lei ou a nossa grandiosa bandeira americana”, sublinhou.
De seguida, lançou um apelo: “peço a todos os que acreditam na nossa agenda que pensem em maneiras de aliviar as tensões, acalmar os ânimos e ajudar a promover a paz no nosso país”.
A 6 de janeiro, enquanto eram contados no Capitólio os votos do Colégio Eleitoral que viriam a oficializar a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais, apoiantes pró-Trump invadiram o edifício. O ataque resultou em cinco vítimas mortais.
Donald Trump foi fortemente responsabilizado pelo episódio, depois de ter incentivado os seus apoiantes a manifestarem-se contra aquela que considera ser a vitória fraudulenta do seu rival. Para além de ver as suas contas desativadas por várias redes sociais, o presidente enfrenta agora uma eventual destituição, a poucos dias da saída do poder.
Esta é a primeira vez na história norte-americana que um Presidente é alvo de um processo de impugnação por duas vezes ao longo do seu mandato.
“Sabemos que o Presidente dos Estados Unidos incitou esta insurreição, esta rebelião armada contra o nosso país comum”, defendeu Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, momentos antes da votação de quarta-feira para aprovar o impeachment. “Ele tem de ir. Ele é um claro perigo para a nossa nação, que todos amamos”.
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