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EUA. Generais condenam ataque ao Capitólio e pedem atenção redobrada na tomada de posse

por Joana Raposo Santos - RTP
Mark Milley é o primeiro signatário da carta agora divulgada, assinada também pelos sete outros líderes de ramos militares do país. Erin Scott - Reuters

O Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, maior autoridade militar desse país, divulgou uma mensagem na qual condena a violenta invasão ao Capitólio na passada semana. O órgão, composto pelos chefes de cada ramo militar, relembrou todos os seus membros da obrigação de apoiarem e defenderem a Constituição e pediu atenções redobradas na tomada de posse de Joe Biden, a 20 de janeiro.

“O povo americano confiou nas Forças Armadas dos Estados Unidos para o proteger a ele e à nossa Constituição ao longo de quase 250 anos”, começa por destacar a nota divulgada após uma semana de silêncio por parte dos líderes militares do país.

“O violento protesto em Washington a 6 de janeiro de 2021 foi um ataque direto ao Congresso dos Estados Unidos, ao edifício do Capitólio e à nossa Constituição”, lê-se na mensagem dos generais, que dizem lamentar a morte de cinco pessoas envolvidas no episódio da semana passada.

“Assistimos a ações dentro do edifício do Capitólio que foram inconsistentes com a lei. Os direitos de liberdade de expressão e de união não dão a ninguém o direito de recorrer à violência, insubordinação e insurreição”, consideram os chefes das forças militares.

A entidade relembra, na carta, que os membros de serviço “devem incorporar os valores e ideais da nação”.

“Nós apoiamos e defendemos a Constituição. Qualquer ação para perturbar o processo constitucional não é apenas contra as nossas tradições, valores e juramento; é contra a lei”, sublinha o Estado-Maior Conjunto.
Generais lançam aviso sobre tomada de posse de Biden
Para além de condenarem o ataque ao Capitólio, os chefes militares lançam também um alerta às suas forças para que estejam atentas à tomada de posse de Joe Biden, relembrando que tal acontece já a 20 de janeiro.

“Aos nossos homens e mulheres destacados no estrangeiro ou em casa, a protegerem o nosso país: estejam prontos, mantenham os vossos olhos no horizonte e continuem focados na missão”, apelam.

O Pentágono já anunciou que irá destacar 15 mil militares da Guarda Nacional para garantir a segurança na tomada de posse do novo presidente. Foi também erguida uma vedação de dois metros em torno de todo o Capitólio e foi declarado o estado de emergência em Washington até 21 de janeiro.

Questionado esta semana sobre a possibilidade de existirem apoiantes de Trump entre os militares destacados, o porta-voz do Pentágono respondeu que “não são tolerados extremistas nos nossos ramos militares”.

O Exército norte-americano avançou esta semana à agência Reuters que está a trabalhar com o FBI para concluir se algum dos participantes do ataque ao Capitólio é atualmente membro das forças militares.
Presidente do Estado-Maior Conjunto esteve em silêncio uma semana
Na passada quarta-feira, apoiantes pró-Trump invadiram o edifício do Capitólio onde o Colégio Eleitoral votava para atribuir oficialmente a vitória das presidenciais norte-americanas ao democrata Joe Biden.

O incidente, ocorrido depois de o próprio Trump ter incentivado os seus apoiantes a manifestarem-se, resultou em cinco vítimas mortais e dezenas de detidos. O Departamento de Justiça está ainda à procura de mais de 150 outros suspeitos.

O Partido Democrático apresentou esta semana um pedido formal para a destituição do ainda presidente, por considerar que este “incitou à insurreição”.

Apesar de vários membros do gabinete de Donald Trump, incluindo o secretário da Defesa Chris Miller, terem já condenado o episódio, o presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos não se tinha ainda pronunciado. Mark Milley é o primeiro signatário da carta agora divulgada, assinada também pelos sete outros líderes de ramos militares do país, como as Forças Aéreas ou a Marinha.
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