Votar contra a Constituição foi "maior contributo" do CDS-PP para a democracia, diz Ribeiro e Castro

por João Alexandre - Antena 1

Foto: Estrela Silva - Lusa

José Ribeiro e Castro, presidente do CDS-PP entre 2005 e 2007, considera que o voto contra por parte dos centristas na votação do texto da Constituição da República Portuguesa, em 1976, foi um dos momentos mais marcantes na história do partido.

"O maior contributo que o CDS podia ter dado à democracia portuguesa foi ter votado contra a Constituição", afirmou Ribeiro e Castro durante os trabalhos do primeiro dia de jornadas parlamentares do CDS-PP, em Lisboa, onde o ex-presidente se juntou aos antigos líderes parlamentares Cecília Meireles, Luís Pedro Mota Soares e Nuno Magalhães num debate intitulado "50 Anos do CDS no Parlamento".

De acordo com Ribeiro e Castro - que liderou os destinos do partido entre os mandatos de Paulo Portas -, a rejeição da primeira Constituição elaborada após o 25 de Abril de 1974 até tem provocado algumas críticas, mas os centristas devem orgulhar-se da decisão.

"Está sempre colado ao CDS. E, muitas vezes, nós somos atacados e insultados por causa disso", sublinha Ribeiro e Castro, que acrescenta: "Se o CDS tivesse votado a favor teria sido uma espécie de terceiro pacto entre o MFA (Movimento das Forças Armadas) e os partidos".

O ex-presidente do CDS-PP salienta ainda o voto favorável por parte do partido nas revisões constitucionais de 1982 e de 1989 que identifica como as "duas mais importantes" e que "alargaram a amplitude democrática do regime".

"O CDS votou a favor da Constituição de 1982 e de 1989. E houve partidos que votaram contra", insistiu.
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