O ministro do Trabalho e da Segurança Social, um dos ministros que integra o núcleo duro da coordenação política do Governo, perspetiva o ano de 2019 do ponto de vista político nesta entrevista à Antena 1. Reformas e salário mínimo são outros temas abordados pelo ministro.
Nesta entrevista à jornalista Maria Flor Pedroso deixou ainda a garantia de que "o Governo não terminará a legislatura sem que esse processo seja legislado".
A propósito de casamentos e amizades, Vieira da Silva afirma que uma "solução mais ambiciosa do ponto de vista governativo é uma solução que exigirá mais mudanças" entre os partidos que constituem a atual solução política.
Vieira da Silva diz que "os partidos (terão) de estar mais preparados para cada um de nós introduzir mais inovação na sua forma de olhar os outros e na sua forma de olhar o país". Lembra que para esta solução de Governo existir todos os partidos tiveram de mudar.
Considera que a próxima legislatura vai ser "diferente porque muito influenciada pela experiência que tivemos, o que quer dizer que não deixará de haver um debate muito profundo com os (quatro) partidos".
Falta saber o resultado das eleições e se os partidos querem mesmo todos continuar. O PS quer.
Vieira da Silva não acredita num entendimento do PS com a direita em 2019, ano eleitoral.
Convidado a comentar a afirmação de Pedro Nuno Santos esta semana, "se o PS se entender à direita não contem comigo", Vieira da Silva é mais cauteloso porque "afirmações definitivas são sempre perigosas quando se trata de defender a liberdade e a democracia agora, o quadro político em que vivemos não aponta para qualquer espécie de acordo estrutural com os partidos à direita do PS".
Para Vieira da Silva, uma solução ao centro não é "uma solução que interesse a Portugal, o que não exclui compromissos parcelares".
Valor do salário mínimo
Questionado sobre se é possível ir além dos 600 euros no valor do salário mínimo, previstos no programa de Governo, como reclamam a esquerda e as centrais sindicais, o ministro do Trabalho confessa que o Governo "tem vontade política, mas resta saber se é a medida adequada".
Vieira da Silva diz, no entanto, que nada será feito contra os parceiros, e "se pudermos ser mais ambiciosos, não será o Governo que vai travar essa ambição".
Reconhece que o sector da Saúde é um sector de "tensão neste Governo, como em todos os governos".
Uma área que é tutelada por Mário Centeno, sendo que Vieira da Silva, apesar de se reconhecer "no objetivo de redução da nossa fragilidade externa", não aceitou a provocação do “Somos Todos Centeno”: "Eu chamo-me Vieira da Silva e não gosto de frases feitas!"