Ventura diz que históricos do PSD querem governo com Chega se PS vencer eleições

por RTP

Foto: Nuno Veiga - Lusa

André Ventura insiste que, mesmo que o Partido Socialista vença as eleições, o Chega e a Aliança Democrática vão coligar-se para governar Portugal. Em entrevista à RTP revela, pela primeira vez, quem são as forças vivas do Partido Social Democrata que garantem esse entendimento. Fala em Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas e Ângelo Correia, entre outros.

Sobre o discurso de Pedro Passos Coelho, o líder do Chega considera que é a “constatação de que (…) há temas importantes” a debater, como a “imigração que é preciso controlar”, e que, dessa forma, o antigo primeiro-ministro estava a dar “razão” ao partido de André Ventura.

Usando como exemplo o que considera uma “vaga forte de imigração”, Ventura interpretou que, nas palavras de Passos Coelho, “tem de haver regras”.

“Isso é o que nós dizemos também. É pena que Luís Montenegro não veja isso assim. Acho que o país compreende que Portugal deve acolher bem (…) mas quem tem de ter regras a quem chega”, argumentou.

Apesar de admitir que raramente fala com o antigo líder social-democrata, André Ventura garantiu que continua amigo de Pedro Passos Coelho.

Quanto às alegadas garantias de que haverá uma coligação da AD com o Chega, o candidato não quis desvendar nomes, mas assegurou que “são forças vivas” do PSD que “sabem que não podemos deixar o PS a governar se houver uma maioria à direita”.

“Acho que é importante passar ao país a mensagem de que, se houver uma maioria à direita mesmo com o PS a vencer (…), nós vamos ter um Governo de direita”.

André Ventura não vê necessidade de “convencer” os eleitores, a poucos dias do fim da campanha eleitoral, uma vez que “todas as sondagens já dão uma vitória à direita”.

“Não se sabe ainda é qual é o partido vencedor”.

Nesse sentido, Ventura acha que “a grande conversa destas eleições” é saber se “estão ou não os partidos à direita disponíveis para formar um governo estável e não deixar que o PS continue a governar”.

O desafio, quis ainda explicar, é "dizer aos portugueses" que se a direita tiver "essa maioria parlamentar", o Chega está disposto a "criar um entendimento, como aconteceu em Itália" e noutros países.

"Infelizmente, a AD não compreende isso para já. Ou pelo menos Luís Montenegro", disse, não deixando de acrescentar: "No PSD há muita gente que compreende".  

E enumerou então alguns sociais-democratas que "se têm feito ouvir", como Ângelo Correia, Rui Gomes da Silva ou Miguel Relvas.  

"O próprio Pedro Passos Coelho, no final do discurso, disse ‘Luís, eu sei que terás de encontrar as forças necessárias para fazer uma maioria", citou Ventura, que lembrou que "só há duas forças para a maioria", referindo-se ao PSD e ao Chega.

Voltando a referir as sondagens, o candidato disse que “só o PSD e o Chega terão maioria”.

A opção é clara para Ventura: “ou sustentar o PS ou ter um Governo de direita”.

Apesar de as sondagens não indicarem o Chega com primeira força política, André Ventura ainda não desistiu de ser primeiro-ministro.

“Vou lutar para ganhar as eleições”, confirmou.

Para o líder do Chega, “nunca um partido esteve tão perto de poder quebrar este ciclo de bipartidarismo”. André Ventura não nega, por isso, que quer convencer os eleitores a “lutar por mudança”, tendo como primeiro objetivo o “combate à corrupção”.

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