Tiago Sousa Dias. Secretário-geral do Chega demite-se

por RTP
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Tiago Sousa Dias anunciou esta quarta-feira, nas redes sociais, a demissão do cargo de secretário-geral do Chega. "Não abdico da liberdade de pensar por mim e de apenas me dedicar ao que verdadeiramente me motiva", escreveu.

Na rede social Facebook, o secretário-geral demissionário recorda que “em novembro de 2021” recusou “ter um salário no partido”

“Entendo que quem está nos órgãos nacionais não deve ter simultaneamente uma remuneração, o que sempre limitaria a sua liberdade. Eu prezo muito a minha liberdade e exercê-la-ei sempre”, acrescenta.



“Quem me conhece mais profundamente sabe que sempre fui assim e que nunca deverão ter a expectativa, que sempre sairá gorada, de mudar isso em mim. Tenho muito orgulho no trabalho que fiz enquanto Secretário-geral do Partido Chega”.

Tiago Sousa Dias revela ainda que transmitiu na terça-feira “ao Presidente do Partido a minha indisponibilidade para continuar na função de Secretário Geral, e entendo dever prestar uma palavra singela em público, não tendo direito ao silêncio”.


“E não tenho vergonha nem hesitações em orgulhar-me do trabalho que fiz, sempre a título gratuito, como entendo dever ser. Sempre livre”.

Tiago Sousa Dias, que transitou do Aliança para o Chega, aproveitou para expressar orgulho pelo trabalho que desempenhou na função, nomeadamente o facto de ter limpado “juridicamente o partido”, de ter “edificado uma nova estrutura jurídica” e de ter salvado “o partido de um novo pântano” que custaria ao Chega os resultados alcançados nas eleições legislativas.

O secretário-geral demissionário frisa ainda que tentou “por todos os meios, perceber e enquadrar-me no caminho que o Chega tem pela frente, mas na ausência de respostas, não encontrei outra solução. Não há dramas. Não há gravidades. Não há querelas pessoais. Há simplesmente aquilo que entendo que deve acontecer em democracia”.

Integrou o partido de Ventura em Maio de 2020 e assumiu funções pouco depois, em Setembro, no Congresso de Évora. Mas o militante do Chega não era estreante na política, uma vez que já tinha encabeçado a lista do Aliança de Santana Lopes nas legislativas pelo círculo fora da Europa.

Como em tudo na vida, nem tudo são rosas porém. Não abdico da liberdade de pensar por mim e de apenas me dedicar ao que verdadeiramente me motiva. Quando discordo, digo-o. Quando concordo também. Essa é a minha primeira e primária forma de ser leal”.

“Foi uma honra. Será uma honra”, remata.
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