Sondagem. PSD com ligeira vantagem sobre PS nas intenções de voto

por Paulo Alexandre Amaral (jornalista), Sara Piteira (grafismo) - RTP
Estela Silva - Lusa

O PS e o PSD estão lado a lado num empate técnico no que respeita às intenções de voto dos portugueses, com ligeira vantagem para os social-democratas (33% para 32%), de acordo com uma sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público. Em ligeira queda estão o Chega e a IL, quando os números de agora são comparados com uma sondagem de há meio ano.

A primeira certeza que nos dão os números desta sondagem política realizada pelo CESOP – Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica, entre 6 e 15 de julho, é a existência de grande maioria de portugueses determinada em exercer o seu direito de voto.

Quanto à intenção de voto em si, há aqui um empate técnico entre os dois partidos que vêm alternando o poder em Portugal, com uma ligeira vantagem para o PSD face a um PS que cai um ponto percentual em relação aos resultados da sondagem do CESOP de fevereiro último. Os restantes partidos apresentam também valores muito semelhantes, com Chega, CDU e PAN a perderem um ponto percentual e o BE a ganhar um ponto.


Traduzindo as intenções diretas de voto em estimativa de resultados eleitorais, o PSD (33%) apresenta-se à frente do PS (32%). Há aqui a recuperação de dois pontos percentuais pelos social-democratas, enquanto que os socialistas mantêm a fasquia de há meio ano, na sondagem de fevereiro, e o que estas percentagens nos dizem é que qualquer dos partidos poderia sair vencedor nas eleições, fossem elas agora.

Desde que António Costa é primeiro-ministro que o PS não ficava atrás do PSD em sondagens da Católica.
Como terceira força política mantém-se o Chega, apesar de estar agora em perda (de 11% para 10%), uma tendência que já vinha sendo sentida na sondagem desta semana que deu o seu líder, André Ventura, como aquele mais negativamente avaliado pelos portugueses.

Também em perda surge a IL (de 8% para 7%), enquanto que todos os outros partidos mantêm os níveis da sondagem de fevereiro: BE (7%), CDU (4%), Livre (2%) e PAN (1%). Fora do Parlamento, também o CDS-PP surge nos números desta sondagem, com os mesmos 1% de há meio ano.


À questão sobre a intenção de exercer o direito de voto caso houvesse agora eleições, 77% dos inquiridos respondeu que “de certeza que iria votar” contra os apenas 4% que “de certeza não iriam votar”.



Os investigadores da Católica advertem porém que estas respostas não tornam “possível prever um valor para a abstenção. Sabemos que entre as pessoas que aceitaram participar na sondagem, 77% dizem que vão votar de certeza. Mas podemos também assumir que essa percentagem será bem menor entre aqueles que não aceitaram participar. É habitual e compreensível que as percentagens do gráfico sejam bem diferentes do que se encontraria numa eleição real. Sabemos que a percentagem de abstencionistas será sempre superior às percentagens que se encontram neste tipo de inquéritos. Isso acontece porque muitos dos abstencionistas não aceitam sequer responder a inquéritos políticos”.

Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 6 e 15 de julho de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1006 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 20% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 29%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1006 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95% (Algumas perguntas foram colocadas apenas a uma subamostra de 656 entrevistados. Nestes casos, a margem de erro máxima é de 3,8%).

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