Sondagem. PS mantém maioria com PSD a encurtar distâncias mas Costa é o preferido para liderar

por Paulo Alexandre Amaral (texto), Sara Piteira (grafismo) - RTP
Foto: Pedro A. Pina - RTP

O PS mantém a liderança na preferência dos portugueses para as Eleições Legislativas de 30 de Janeiro com 37% das intenções de voto e uma diferença de quatro pontos percentuais para o PSD, que recolheu 33% dessas preferências, de acordo com a mais recente sondagem do Centro de Estudos de Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público. O inquérito diz-nos ainda que uma esmagadora maioria de portugueses (72%) acredita que o PS vai ser o partido mais votado, considerando 50% que António Costa será melhor primeiro-ministro e apenas 35% que Rui Rio daria um melhor chefe do futuro governo.

O inquérito do CESOP diz-nos que o PS mantém a tendência de liderança na preferência dos portugueses para as Legislativas de 30 de Janeiro. Os socialistas recolhem 37% das intenções de voto, mas a distância de nove pontos percentuais de há uma semana do estudo da Católica reduziu-se agora para quatro, com o PSD a registar 33% dessas preferências. Um encurtamento que se deve, por um lado, à descida do PS de 39 para 37 por cento e, por outro, à subida dos social-democratas de 30 para 33 por cento.

A sondagem desta quinta-feira – realizada entre 12 e 18 de janeiro – sublinha ainda que 50% apontam António Costa como melhor primeiro-ministro, contra os 35% dados a Rui Rio nesta preferência para chefiar o futuro governo, e que uma esmagadora maioria de portugueses (72%) aponta o PS como partido que será o mais votado nas próximas eleições.
Em relação à intenção de voto nas legislativas, o PS recolheu 37% (face aos 39% de há uma semana) e o PSD 33% (30%). O Chega, que surge como terceira força política, teve 6% (mantendo os 6% de há uma semana).

Os partidos da ala esquerda surgem depois, com a CDU a recolher 5% das intenções de voto (os mesmos 5% há uma semana) e o BE 5%, tendo os bloquistas caído dos anteriores 6%.

A IL sobe um ponto, dos 4 para os 5 por cento, CDS-PP e Livre mantêm os 2% e o PAN cai um ponto, dos 3% de há uma semana para os 2% agora.

Entretanto, questionados sobre “qual vai ser o partido mais votado” nas legislativas, independentemente das suas preferências partidárias ou intenção de voto, uma larga maioria de 72% dos inquiridos apontaram o PS e apenas 16% responderam PSD.

A amostra foi também questionada sobre a sua intenção de votar nas Legislativas do próximo dia 30, tendo a maior parte (70%) respondido que “votaria de certeza” e 18% que “em princípio sim”. Por outro lado, 3% “de certeza que não iria votar” e 1% “não tencionaria fazê-lo”. 

Restam os 8% de indecisos que “não sabem se iriam votar”.

Estas respostas, sublinha o CESOP, não permitem contudo “prever um valor para a abstenção”.

Costa é melhor PM com 50% das preferências

À questão sobre quem dará um melhor primeiro-ministro, independentemente das preferências partidárias, 50% dos inquiridos consideram que António Costa, líder dos socialistas e actual detentor do cargo, é aquele que está em melhor posição para liderar o governo. Apenas 35% responderam que seria Rui Rio.

O presidente do PSD teve, no entanto, uma melhoria neste campo em relação a uma sondagem de 2019 uma semana antes das eleições, quando apenas 25% o viam como melhor primeiro-ministro. Já António Costa mantém os valores de 2019, quando recebia a preferência de 51% dos inquiridos nessa sondagem de há dois anos.

Distribuição de deputados. CDS-PP arrisca desaparecer da vida parlamentar

De acordo com as respostas obtidas, o centro de sondagens da Católica calculou também o desenho para o hemiciclo do futuro Parlamento. Desta forma, o PS terá no mínimo 99 deputados e 110 no máximo - longe portanto da maioria absoluta - e o PSD entre 89 e 100.

O Chega deverá garantir 7 a 9 parlamentares, a CDU entre 5 e 9, o BE entre 5 e 8 e a IL entre 4 e 6 deputados.

Com grupos parlamentares mais curtos, surgem depois o PAN e o Livre, ambos com estimativa de 1 ou 2 deputados, e CDS-PP que, com 0 a 2 deputados, arrisca desaparecer do Parlamento.

Quanto aos deputados dos círculos da Europa e Fora da Europa, a sondagem confirma uma realidade recorrente que é “a manutenção da distribuição atual nestes círculos: PS e PSD com 2 cada um”.

Voto confirmado com debates, jovens mais susceptíveis de mudar

O CESOP procurou ainda através deste inquérito aferir da importância dos debates na formação da decisão de voto. Questionada sobre “a influência que os debates entre candidatos têm no seu sentido de voto”, a amostra revelou que os confrontos televisivos das últimas semanas serviram maioritariamente para confirmar o seu sentido de voto. Foram 52% dos inquiridos que responderam que “os debates têm confirmado o meu sentido de voto original”.
“A maioria das pessoas diz que os debates serviram mais para confirmar opções originais do que para alterar sentido de voto. Esta resposta é maioritária, seja qual for a intenção de voto”, refere o centro de sondagens da Católica, acrescentando que “é entre o eleitorado mais jovem que se encontra maior abertura para alterar sentido de voto em função dos debates”.

No entanto, são apenas 14% aqueles que estão dispostos à mudança após os debates: 9% que dizem estar “agora mais indecisos quanto ao seu voto” e 5% que admitem ter “alterado o sentido de voto depois de ter visto debates”.

Por outro lado, 25% dos inquiridos revelou “não ver debates nem notícias relacionadas com os debates”.


Ficha Técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 12 e 18 de janeiro de 2022. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1456 inquéritos válidos, sendo 44% dos inquiridos mulheres, 30% da região Norte, 21% do Centro, 35% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, região e voto nas legislativas de 2019. A taxa de resposta foi de 42%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1456 inquiridos é de 2,6%, com um nível de confiança de 95%.
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