Sondagem. País pior do que há um ano é o diagnóstico da maioria

por Carlos Santos Neves (jornalista), Sara Piteira (grafismo) - RTP
Pedro Nunes - Reuters

O país apresenta-se agora pior do que há um ano e os problemas relacionados com a governação, a confiança na classe política e os rendimentos disponíveis acentuaram-se. É este o retrato traçado pela maioria dos inquiridos na sondagem da Universidade Católica que a RTP divulga esta semana.

À pergunta sobre se o país está “pior, igual ou melhor do que há um ano”, 65 por cento dos inquiridos na sondagem do CESOP - Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para RTP, Antena 1 e jornal Público optam pela opção pior.

Vinte e dois por cento consideram que Portugal está igual e 12 por cento entendem que está melhor. Um por cento dos inquiridos não sabe ou não responde.
Na sondagem de fevereiro deste ano, 72 por cento consideravam que o país estava pior, 17 por cento viam-no igual e nove por cento entendiam que a situação era melhor. Em julho de 2022, a primeira opção era apontada por 63 por cento dos inquiridos. Outros 24 por cento respondiam que o país estava igual e 11 por cento melhor.

Já quanto aos principais problemas do país o trabalho da Universidade Católica estabelece como “duas grandes áreas temáticas”, a partir das respostas livres dos inquiridos, o rendimento disponível – inflação, custo de vida, baixos salários, habitação, economia e impostos – e a governação e confiança, ou seja, matérias relativas à ação do Executivo, corrupção e credibilidade e capacidade dos políticos.
Há um ano, os problemas relativos aos rendimentos disponíveis “representavam cerca de 24 por cento e agora representam 34 por cento”. Os problemas associados à governação e à confiança nos políticos subiram “de cerca de 14 por cento para 31 por cento”.

Num gráfico que sintetiza os temas mencionados por pelo menos dois por cento dos inquiridos, os problemas relacionados com o Governo e a governação surgem, assim, com um peso de 16 por cento. Seguem-se a inflação e o custo de vida, com 15 por cento, a corrupção, com 12 por cento e a saúde, com oito por cento.
Habitação e taxas de juro cifram-se em sete por cento, a economia em cinco por cento, os baixos salários em quatro por cento, a credibilidade e a capacidade dos políticos em três por cento, e educação, impostos e justiça em dois por cento.
Principais problemas em nuvem de palavras


Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 6 e 15 de julho de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1006 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 20% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 29%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1006 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95% (Algumas perguntas foram colocadas apenas a uma subamostra de 656 entrevistados. Nestes casos, a margem de erro máxima é de 3,8%).
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