Sondagem. Maioria dos portugueses não acredita que atual Governo seja melhor solução

por Inês Moreira Santos - RTP
Nuno Patrício - RTP

A maioria dos portugueses considera que o atual Governo não é a melhor solução governativa para o país. A conclusão é de uma sondagem da Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e jornal Público, que indica ainda que mais de metade dos inquiridos acha que o Executivo de Luís Montenegro vai cair antes do fim da legislatura.

O relatório do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) sobre a avaliação que os portugueses fazem do Governo revela que a maioria dos portugueses não vê o Executivo agora em funções como “a melhor solução governativa para o país”. Do total dos inquiridos, só 23 por cento acha que a “solução atual, ou seja, Governo apoiado no Parlamento por PSD e CDS” é a melhor.

Cerca de 43 por cento dos eleitores é mais favorável a um Governo “apoiado no Parlamento por PSD, CDS e PS” e 22 por cento acha que o melhor seria um executivo da AD apoiado pelo Chega.

“Os eleitores AD dividem-se essencialmente entre a solução atual e uma outra que incluísse um acordo com o PS”, esclarece o CESOP, indicando que 41 por cento destes aponta favoravelmente para a solução atual contra os 40 por cento que preferiam um Governo AD apoiado pelos socialistas.
Já os 72 por cento dos eleitores PS, inquiridos neste estudo, “defendem uma solução que passe por acordo com PS” e mais de 80 por cento dos eleitores do Chega gostariam de ver o partido “a fazer parte da solução governativa”.
Portugueses acham que Governo não termina Legislatura
Na opinião de 64 por cento dos portugueses inquiridos para esta sondagem, o Governo não vai chegar ao fim da legislatura. Desses eleitores, 30 por cento acha que o atual executivo se aguenta um ou dois anos e 29 por cento diz que a equipa governativa se mantém menos de um ano.

Os eleitores do Partido Socialista, 75 por cento, são os que mais acreditam que o Governo irá cair antes do fim da legislatura. Opinião partilhada por 71 por cento dos votantes do Chega que foram alvo desta sondagem.

Apesar de numa percentagem menor, 55 por cento, ou seja, mais de metade dos eleitores da Aliança Democrática também não acham que o Governo consiga cumprir os quatro anos previstos. Destes 34 por cento acham possível que Montenegro aguente o executivo até ao fim.
Só 25 por cento do total dos eleitores acreditam que o Governo de Montenegro vai completar o mandato e 11 por cento respondeu que não sabe.

Em comparação a uma sondagem de 2015 sobre o “Governo Geringonça”, que unia o PS, Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português, aumentou a dúvida quanto à possibilidade de se conseguir ter o Governo até ao fim da Legislatura.

O relatório indica que, no estudo de há nove anos, 52 por cento dos inquiridos achavam que a solução governativa encontrada na época não tinha condições para cumprir os quatro anos de mandato.
Governo com desempenho “razoável”
A avaliação dos portugueses quanto ao desempenho do Governo eleito nas últimas Legislativas, em março deste ano, é “razoável”. Ao fim de pouco mais de dois meses, 51 por cento dos eleitores consideram razoável o desempenho, 14 por cento avalia como “bom” e só um por cento pensa que tem sido “muito bom”.

Comparativamente a sondagens semelhantes de 2022 e de 2023, os resultados parecem positivos. Sobre o atual executivo 16 por cento diz que tem tido um “mau” desempenho e oito por cento classifica como “muito mau”. Num inquérito de julho do ano passado, sobre o Governo de António Costa 52 por cento classificavam negativamente e, no ano anterior, 37 por cento também consideravam “mau” ou “muito mau” o trabalho do executivo anterior.

A “distribuição de respostas” é semelhante de algum modo, “embora agora um
pouco menos negativa”, considerando a “distribuição de julho de 2022”, refere ainda o CESOP.

Quanto à oposição aprovar no Parlamento, contra a vontade do Governo, propostas sobre o IRS e as portagens nas SCUT, mais de metade dos inquiridos acha que “faz bem” (50 por cento) ou “faz muito bem” (seis por cento).

Quarenta e oito por cento dos eleitores da AD não concorda que e respondeu negativamente a esta questão. Já a maioria dos inquiridos que responderam favoravelmente são do PS (69 por cento) e do Chega (63 por cento).

Ficha Técnica:

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 13 e 18 de maio de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal e os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também gerada de forma aleatória.


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