Sondagem para Europeias. AD e PS empatados com ligeira vantagem da Aliança
A Aliança Democrática e o PS surgem em empate técnico nesta primeira sondagem da Universidade Católica para as Europeias, com AD a garantir 31% e socialistas 30%, ambos podendo eleger entre seis e oito deputados. A seguir, na terceira posição, aparece o Chega, com uma estimativa de 15% e possibilidade de 3 a 4 eleitos. A sondagem da Católica para a RTP, Antena 1 e Público sugere ainda, estando esclarecido o Processo Influencer, um quase total apoio à candidatura de António Costa para presidente do Conselho Europeu, mesmo entre eleitores do Chega.
O relatório do CESOP sublinha que os resultados “apontam para uma situação de empate entre AD e PS neste momento”.
O Chega é o terceiro partido com mais intenções de voto, 11% que se traduzem numa estimativa eleitoral de 15% e 3 a 4 deputados. Vêm depois IL (6%), BE, L e CDU (estes três com 5%).
Segundo o estudo, os liberais garantem 1 a 2 deputados e BE, L e CDU deverão eleger 1 cada. Sublinha o relatório da sondagem que sendo “as eleições no momento desta sondagem o PAN não teria eleito deputados”, ou seja, perderia o seu representante apurado em 2019.
A sondagem da Católica apurou ainda que “a AD, o PS, o CH ou o L parecem estar a segurar bem o seu eleitorado (das Legislativas) de março que pretende votar nas Europeias. Outros partidos, como o BE, a IL, também o L, e, principalmente, o PAN têm ainda bastantes indecisos entre os seus eleitores das últimas legislativas”.
Um dado interessante desta sondagem tem ainda a ver com a manifestação da intenção de ir votar que se traduz aqui em cerca de 80% de certezas (63% “de certeza que vai votar” e 16% “em princípio vai votar”), o que contrasta com a tradição da afluência às urnas em Europeias, tendência que não foi desmentida nas eleições de 2019 com a abstenção a aproximar-se dos 70%.
Quem é quem?
Estas Europeias não são uma surpresa completa em termos das personalidades que encabeçam as listas dos partidos, mas há ainda assim uma diferença de popularidade entre estes políticos. Pedro Fidalgo Marques do PAN (83%) e Tânger Corrêa do Chega (71%) são os candidatos que mais potenciais eleitores dizem não conseguir identificar nesta sondagem.
No lado oposto, Catarina Martins a liderar a candidatura do Bloco (88%) e Marta Temido a liderar a do PS (85%) são as candidatas que reúnem mais notoriedade. Sebastião Bugalho, cabeça de lista da AD, e João Cotrim Figueiredo, cabeça de lista da IL, surgem a seguir com percentagens de 63% e 60%.
Costa, a Operação Influencer e a Europa
A sondagem questiona ainda os inquiridos sobre o recente caso de investigação judicial (a pergunta do inquérito nunca nomeia essa investigação) que determinou a demissão do então primeiro-ministro e o futuro político do próprio António Costa. Os meses que se seguiram à dissolução da Assembleia da República foram pródigos em especulações sobre o futuro do agora ex-primeiro-ministro. Em causa está o seu alegado envolvimento no processo Influencer.
Questionados sobre este ponto, a maioria dos inquiridos (51%) considera que mesmo “sem esclarecimento da investigação a António Costa, o ex-primeiro-ministro” tem condições para ser presidente do Conselho Europeu, contra os 45% que respondem que “não tem condições”.
Entre os eleitores do PS, essa convicção é ainda maior (82% sim, 16% não). Uma certeza que se desvanece entre os eleitores da AD, mas que ainda assim não traça um quadro de diferença radical (42% sim, 53% não). Entre os eleitores do Chega, sem que haja essa clarificação da investigação a António Costa, apenas 21% dizem que sim, que tem condições para ser presidente do Conselho Europeu, contra 77% que respondem negativamente.
Numa segunda pergunta, partindo do pressuposto de que essa clarificação é fornecida, 96% dos eleitores portugueses consideram que António Costa reúne condições para aquele cargo. Sendo 99% de eleitores PS e 97% de eleitores AD a dizer que sim, a surpresa surge quando 84% de eleitores do Chega concordam com o apoio à candidatura do ex-primeiro-ministro.
Ficha Técnica
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 13 e 18 de maio de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 965 inquéritos válidos, sendo 43% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 21% do Centro, 33% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 1% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, região e comportamento de voto com base nos dados do recenseamento eleitoral e das últimas eleições legislativas. A taxa de resposta foi de 28%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 965 inquiridos é de 3,2%, com um nível de confiança de 95%.
*Foram contactadas 3439 pessoas. De entre estas, 965 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.