Sondagem da Católica. Portugueses dão nota negativa ao Governo de António Costa

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
António Cotrim - Lusa

De acordo com uma sondagem realizada pelo CESOP - Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público, mais de metade dos inquiridos faz uma avaliação negativa do Governo. Ainda assim, uma larga maioria defende que o Executivo de António Costa deve cumprir o mandato até ao fim. Em relação ao Presidente da República, a avaliação foi piorando ao longo dos anos, mas mantém níveis elevados de popularidade. Já em relação a Luís Montenegro, os portugueses fazem uma avaliação mais positiva do desempenho do atual líder do PSD do que do seu antecessor, Rui Rio.

Um ano após as últimas eleições legislativas, que deram a maioria absoluta ao Partido Socialista, os portugueses fazem uma avaliação negativa do Governo de António Costa.

Segundo a sondagem da CESOP, mais de metade dos inquiridos (53 por cento) dizem que o desempenho do Executivo tem sido “mau” ou “muito mau”. Por sua vez, 39 por cento avaliam o desempenho do Governo socialista como “razoável” e sete por cento como “bom”. Apenas 0,4 por cento dão nota “muito boa” ao Governo.
A avaliação média é pior do que há seis meses, quando metade dos inquiridos avaliava o desempenho do Governo de Costa como “razoável”.
A maioria dos portugueses (58 por cento) admite que as recentes polémicas associadas ao Governo alteraram a avaliação que fazem do Executivo e 87 por cento dos inquiridos dizem que os casos e demissões têm impacto na credibilidade do Governo de Costa.

Questionados sobre se existe um problema de coordenação no Governo, 85 por cento dos inquiridos respondeu “sim” e apenas onze por cento respondeu “não”.

Ainda assim, a maioria dos inquiridos (69 por cento) considera mais provável o Governo cumprir o mandato até ao fim e 70 por cento defende que essa é a melhor solução para o país. Apenas 26 por cento defende que deveria haver eleições antecipadas.

Questionados sobre se a guerra na Ucrânia afetou o desempenho do Governo durante este último ano, a maioria (55 por cento) respondeu que “não teve efeito” e 40 por cento considera que o desempenho do Executivo piorou. Apenas um por cento dos inquiridos defende que o desempenho do Governo melhorou neste último ano.
Avaliação de Marcelo piorou ao longo dos anos
Em relação ao Presidente da República, a avaliação por parte dos portugueses foi piorando ao longo dos últimos sete anos, mas permanece positiva.

Em novembro de 2016, no primeiro ano de mandato, Marcelo Rebelo de Sousa foi avaliado com nota 16,3 (numa escala de 0 a 20) por 97 por cento dos inquiridos – a avaliação mais elevada desde que há registo.

Desde então, a avaliação tem vindo a diminuir, mas Marcelo Rebelo de Sousa mantém os níveis elevados de popularidade e de reconhecimento.

Em maio de 2021, no primeiro ano do segundo mandato, 95 por cento dos inquiridos avaliou a prestação do Presidente da República com nota 15,7. Neste momento, a avaliação média de Marcelo continua positiva, mas é bem mais baixa do que no início do seu primeiro mandato (12,2).
Montenegro com melhor nota do que Rio
Em relação ao líder da oposição, os portugueses fazem uma avaliação mais positiva do desempenho de Luís Montenegro do que do seu antecessor, Rui Rio.

De acordo com a sondagem da CESOP, 53 por cento dos inquiridos avalia o desempenho do atual líder do PSD como “razoável”, 20 por cento como “mau” e dez por cento como “bom”.


Em julho de 2021, uma sondagem também da CESOP mostrava que 48 por cento dos inquiridos avaliava o desempenho de Rui Rio como “razoável”, 22 por cento como “mau” e dez por cento como “bom”.

Ficha Técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP - Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 9 e 17 de fevereiro de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1002 inquéritos válidos, sendo 46% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 29% da região Norte, 20% do Centro, 37% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral e nas estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 26%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1002 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95%
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