Sondagem coloca Medina com provável maioria absoluta e Cristas em segundo lugar na corrida a Lisboa

por Christopher Marques - RTP
A sondagem da Universidade Católica para a RTP e Antena 1 prevê que o Partido Socialista obtenha 47 por cento dos votos e dá como muito provável que Fernando Medina tenha maioria no executivo comunitário. Rodrigo Antunes - Lusa

A sondagem da Universidade Católica para a RTP e Antena 1 prevê que o Partido Socialista obtenha 47 por cento dos votos e dá como muito provável que Fernando Medina tenha maioria absoluta no executivo camarário. O estudo prevê que o PS eleja oito a dez vereadores dos 17 que compõem o executivo lisboeta. Assunção Cristas deverá conquistar o segundo lugar com 15 por cento dos votos, à frente da social-democrata Teresa Leal Coelho (12 por cento). Com oito por cento dos votos, o BE e o PCP poderão eleger um ou dois vereadores cada.

Com o triplo da votação que o segundo classificado, Fernando Medina lidera as intenções de voto na sondagem da Universidade Católica para a RTP e a Antena 1. Na primeira vez em que se candidata à autarquia – depois de a ter herdado de António Costa em 2015, - o candidato socialista deverá conseguir 47 por cento dos votos.

Apesar da votação expressiva, a estimativa do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica (CESOP) não garante que Fernando Medina consiga obter a maioria absoluta, apesar de este cenário ser “muito provável”. O candidato socialista deverá conseguir eleger entre oito e dez vereadores dos 17 que compõem o executivo da capital. Para ter maioria, Medina precisa de garantir pelo menos nove vereadores.



No duelo entre Assunção Cristas e Teresa Leal Coelho, a candidata cristã-democrata leva a melhor. A sondagem agora divulgada atribui 15 por cento dos votos a Assunção Cristas e a possibilidade de eleger entre dois a três vereadores. O PSD surge em terceiro lugar com 12 por cento de votos e dois vereadores eleitos.

No combate mais à esquerda, Bloco de Esquerda e a Coligação Democrática Unitária surgem empatados com oito por cento dos votos. Tanto a candidatura de Ricardo Robles (BE) como a de João Ferreira (CDU) poderão eleger entre um e dois deputados. No melhor dos cenários para estas duas candidaturas, ficariam com o mesmo número de deputados que o PSD.



Em quinto lugar surge o partido Pessoas-Animais-Natureza, com três por cento dos votos, sem qualquer vereador eleito. A sondagem da Universidade Católica prevê ainda que quatro por cento dos votos sejam nulos ou brancos e que três por cento sejam atribuídos a outras forças políticas.

Para além de PS, CDS-PP, PSD, CDU, BE e PAN, candidatam-se à câmara municipal de Lisboa Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (PDR/JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).

Esta estimativa de resultados eleitorais foram calculadas tendo em conta a seguinte percentagem de intenções diretas de voto: PS 37%, CDS-PP 11%, PSD 9%, CDU 6%, BE 6%, PAN 2%, Outros 2% e Branco ou nulo 3%.

A estimativa da Universidade Católica é construída tendo por base entrevistas maioritariamente realizadas no fim da semana anterior às eleições de 1 de outubro. A instituição assinala no entanto que, "até ao dia das eleições, estas intenções de voto poderão ainda mudar significativamente".

A sondagem da Universidade Católica não avança com uma estimativa para a abstenção apesar de 72 por cento dos inquiridos afirmar que “de certeza que vai votar” e de 13 por cento dizer que “em princípio vai votar”.
Que executivo para Medina?
Apesar de a sondagem da Universidade Católica apontar para uma vitória clara de Fernando Medina, o estudo admite que o candidato socialista possa não conseguir maioria absoluta. A previsão atribui-lhe oito a dez mandatos de vereadores. Ou seja, apesar de ser pouco provável, Medina poderá ter apenas oito vereadores, ficando aquém da maioria absoluta (nove).



Se o PS não conquistar a maioria absoluta, 19 por cento dos inquiridos quer que o PS se alie ao Bloco de Esquerda e à CDU, replicando a atual solução de governo de António Costa.

Treze por cento desejam ver o PS aliado apenas com o Bloco de Esquerda e oito por cento querem uma aliança apenas com a CDU. Há também oito por cento de inquiridos que anseiam por uma aliança do PS com o PSD, percentagem superior à de defensores de uma coligação com o CDS-PP (seis por cento).
Vitória esperada
A vitória de Fernando Medina não é uma surpresa para os eleitores lisboetas. A sondagem da Universidade Católica indica que 70 por cento dos inquiridos acreditam que o PS vai ganhar. Apenas quatro por cento crê que será outro o vencedor.

Entre os inquiridos que votam no PS reina o otimismo: 87 por cento acredita que Medina vai ganhar. Ninguém imagina que seja outro o vencedor, apesar de 13 por cento não responder à questão.

A preferência do eleitorado lisboeta em relação à candidatura socialista é transversal a toda a sociedade, independentemente do género, idade e escolaridade. Trinta e quatro por cento dos homens inquiridos pretendem votar no PS. No caso das mulheres que responderam ao inquérito, 38 por cento diz ter intenção de votar em Fernando Medina.

Na distribuição por idade, o PS é a escolha de 38 por cento dos inquiridos que têm entre 35 e 64 anos e de 44 por cento entre os sondados com pelo menos 65 anos. No caso dos jovens inquiridos (18-34 anos), 18 por cento pretende votar socialista e 17 por cento tem intenção de votar no CDS-PP. Vinte por cento dos jovens inquiridos diz não saber em quem vai votar.

Apesar de Medina aparecer sempre como candidato preferido, a intenção de voto no candidato socialista diminui entre quem tem mais formação. Entre os inquiridos que não completaram o ensino secundário, 46 por cento pretendem votar Medina. Trinta e sete por cento dos sondados com ensino secundário têm intenção de votar no candidato socialista. A percentagem é consideravelmente inferior junto dos inquiridos com ensino superior: 31 por cento pretendem votar no PS.

Os eleitores sondados pela Universidade Católica justificam o seu voto essencialmente pelo candidato em si. Quarenta e oito por cento indicam que o candidato é o mais relevante na decisão de voto. Dezoito por cento dos inquiridos dão mais relevância ao partido no momento de votar e 24 por cento indicam que “ambos” são o “mais relevante”.
Turistas a mais?
A sondagem da Universidade Católica para a RTP e Antena 1 entra ainda naquele que tem sido um dos principais temas da campanha eleitoral: o turismo e as suas consequências para os lisboetas.

Apesar do forte crescimento da atividade turística, a maioria dos inquiridos pelo CESOP não acredita que há demasiados turistas em Lisboa. Cinquenta e quatro por cento dos inquiridos consideram que há turistas“em número suficiente” e 12 por cento diz mesmo que há turistas “a menos”. Vinte e sete por cento dos inquiridos afirmam que há turismo “a mais” em Lisboa.

Ficha Técnica


Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP e Antena 1 nos dias 23, 24, 25 e 26 de setembro de 2017. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes no concelho de Lisboa. Foram selecionadas onze freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2005, 2009 e 2013 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente no concelho. Foram obtidos 1185 inquéritos válidos, sendo 59% dos inquiridos do sexo feminino. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no concelho por sexo, escalões etários, e freguesia na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 77%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1185 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.

* A taxa de resposta é estimada dividindo o número de inquéritos realizados pela soma das seguintes situações: inquéritos realizados; inquéritos incompletos; e recusas.
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