Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Sondagem Católica/RTP. PS lidera intenções de voto para legislativas mas sem atingir a maioria absoluta

por RTP
A sondagem foi realizada entre os dias 16 e 19 de maio a 1882 inquiridos RTP

A sondagem da Universidade Católica para a RTP e Público indica que o Partido Socialista seria o partido mais votado se as legislativas se realizassem agora, com uma estimativa de resultados eleitorais de 39 por cento. O PSD surge a onze pontos de distância, com 28 por cento das intenções de voto. Num cenário de vitória do PS sem maioria absoluta, 27 por cento dos inquiridos considera que os socialistas devem governar com uma solução à esquerda.

Nesta sondagem, realizada pela Universidade Católica entre 16 e 19 de maio, as estimativas de resultados eleitorais apontam para a vitória do PS, que não consegue, no entanto, atingir a maioria absoluta. Conquistaria 39 por cento dos votos.A sondagem foi realizada entre os dias 16 e 19 de maio a 1882 inquiridos, com uma margem de erro máximo de 2,3 por cento e um nível de confiança de 95 por cento.

O PSD surge como segundo partido com mais intenções de voto (28 por cento), ou seja, a 11 pontos dos socialistas, uma diferença mais dilatada do que a que a sondagem da Católica, baseada na mesma amostra, apontava para as eleições europeias (10 por cento).

BE, CDU e CDS-PP apresentam intenções de voto semelhantes, com ligeira vantagem para o Bloco de Esquerda (9 por cento). A CDU congrega 8 por cento das intenções de voto e o CDS atingiria os 7 por cento.

O PAN conquistaria 3 por cento e o Aliança 1 por cento.

Os votos noutros partidos ou os votos nulos/brancos representam 5 por cento.


As estimativas propostas são baseadas apenas nas intenções de voto dos inquiridos que afirmaram que iam votar “de certeza”. De acordo com a Católica, estes resultados não preveem o que vai acontecer nas eleições – apenas retratam o posicionamento dos portugueses à data da inquirição.

Com base nos resultados desta sondagem, a constituição de uma maioria no parlamento poderia ser feita com a junção do PS com o PSD, o PS com o Bloco de Esquerda, dos socialistas com a CDU ou até mesmo PS e CDS.

Os inquéritos realizados nesta sondagem partilham a amostra do estudo publicado esta semana sobre as intenções de voto nas eleições europeias. Em relação às europeias, verifica-se que nas legislativas haveria uma maior concentração das intenções de voto.

Ou seja, a dispersão por vários partidos que se verifica na estimativa das europeias volta agora a concentrar-se nos maiores partidos.

A estimativa de resultados eleitorais é obtida calculando a percentagem de intenções diretas de voto em cada lista em relação ao total de votos válidos, excluindo abstenção, não respostas e indecisos. Estas estimativas têm um valor indicativo, dado que diferentes pressupostos poderão gerar resultados diferentes.

Nesta sondagem, as intenções diretas de voto são de 27 por cento no PS, 18 por cento no PSD, 6 por cento no Bloco de Esquerda. CDU chega aos 4 por cento, enquanto o CDS-PP tem 3 por cento, a par com o PAN (Pessoas, Animais, Natureza), também com 3 por cento. Nas intenções diretas de voto, o recém-criado Aliança teria 0,5 por cento.


Nesta lista, os votos noutros partidos e em branco/nulos representam 8 por cento das respostas, 13 por cento estão na classificação “Não sabe” e 7 por cento recusou responder. Dez por cento dizem que não vão votar.

Na pergunta sobre a intenção de votar, 21 por cento responderam que “Em princípio vai votar” e 58 por cento disseram que “De certeza que vai votar”.

Com base nestes números, a Universidade Católica considera que não é possível prever um valor para a abstenção. Em relação à sondagem para as europeias, verifica-se uma maior predisposição para votar nas Legislativas do que nas Europeias ( onde apenas 49 por cento afirmava que iria votar “de certeza”.
Coligações pós-eleitorais com vitória do PS sem maioria absoluta
A sondagem da Católica analisou vários tipos de cenários pós-eleitorais. Em primeira instância, o cenário de uma vitória dos socialistas sem maioria absoluta.

Neste caso, 16 por cento dos inquiridos consideram que o PS devia estar só no Governo. A mesma percentagem (16 por cento) considera que o Governo do PS deveria juntar-se a mais um ou dois partidos à sua direita.

No entanto, a hipótese de um Governo PS com um ou dois partidos à sua esquerda parece ser a que reúne mais apoio, com 27 por cento.

13 por cento dos inquiridos consideram que deveria haver, neste cenário, um Governo sem PS. Há, no entanto, uma percentagem significativa de inquiridos - 28 por cento -  que estão na categoria de “Não sabe/não responde”.


Analisando os números distribuídos pelas preferências partidárias, verifica-se que os eleitores da CDU (63 por cento), BE (54 por cento) e PS (43 por cento) preferem maioritariamente um Governo do PS com partidos à esquerda.

Já os eleitores do PSD preferem um Governo do PS com apoio de um ou dois partidos à sua direita (36 por cento). Os eleitores do CDS preferem um Governo sem PS (45 por cento).
Coligações pós-eleitorais com vitória do PSD sem maioria absoluta
A sondagem analisa ainda o cenário de o PSD poder ganhar as eleições sem maioria absoluta, o que aconteceu nas últimas eleições legislativas.

Neste caso, 14 por cento dos inquiridos dizem que o Governo deveria ser só do PSD.

17 por cento consideram que o executivo PSD deveria juntar-se a um ou dois partidos à sua direita, enquanto 21 por cento dizem que o PSD deveria integrar um ou dois partidos à esquerda.

19 por cento dos inquiridos apontam para o cenário de um Governo sem PSD.

Novamente, aqueles que “não sabem/não respondem” representam uma fatia importante das respostas (29 por cento).



Desmontando os números de acordo com as preferências partidárias, o estudo diz que os eleitores do CDS preferem um governo PSD com um ou dois partidos à direita (48 por cento).

Trinta e seis por cento dos eleitores do PSD preferem uma solução à direita, mas 27 por cento preferem um governo só dos sociais-democratas.

Já os eleitores socialistas apontam para um governo PSD com partidos à esquerda, presume-se que o próprio PS (30 por cento) ou um Governo sem PSD (24 por cento), numa solução equivalente à agora existente.

Os eleitores do BE e CDU preferem um governo sem PSD, (38 e 36 por cento, respetivamente) ou um Governo do PSD com partidos à sua esquerda, presume-se que estariam a pensar no PS ou PAN, hipótese que é partilhada por 35 e 28 por cento dos eleitores, respetivamente.

Ficha técnica

Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP e para o Público entre os dias 16 e 19 de maio de 2019. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas vinte e três freguesias do país, tendo em conta a distribuição dos eleitores por Regiões NUTSII, de modo a garantir que as médias dos resultados eleitorais das últimas eleições nesse conjunto de freguesias (ponderado o peso eleitoral das suas Regiões NUTSII de pertença) estivessem a menos de 1 ponto percentual dos resultados nacionais das cinco candidaturas mais votados em cada eleição. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente. Foram obtidos 1882 inquéritos válidos, sendo 57% dos inquiridos mulheres, 40% da região Norte, 17% do Centro, 30% de Lisboa, 7% do Alentejo e 6% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, e região na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 57%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1882 inquiridos é de 2,3%, com um nível de confiança de 95%.
PUB