Sondagem Católica. PS é o partido com mais intenções de voto mas sem maioria absoluta
A sondagem da Católica para a RTP e jornal Público revela que o PS continua como o partido que reúne mais intenções de voto (37%), mas sem deputados suficientes para conseguir uma maioria absoluta. Os socialistas terão de procurar apoio de outros partidos para governar, mas desta vez bastará um único partido à esquerda para ter maioria no Parlamento. O PSD pode chegar aos 30% e o Bloco de Esquerda volta a aparecer como a terceira força política. O PAN poderá, pelo menos, duplicar o número de deputados, e Iniciativa Liberal e Livre podem conseguir eleger um deputado. No caso de um acordo pós-eleitoral, uma solução tipo “geringonça” é a que reúne maior aceitação entre os inquiridos.
Baseados nas respostas daqueles que disseram ir votar “de certeza”, a estimativa de resultados eleitorais aponta para os socialistas à frente com 37% (intervalo 35% a 39%) à data da inquirição.
Em 2015, o PS conseguiu 32,32% dos votos, a coligação Portugal à Frente (PSD e CDS) chegaram aos 38,56%, o BE teve 10,19%, a CDU (PCP e PEV) teve 8,25% e o PAN chegou aos 1,39%.
A sondagem foi realizada entre os dias 26 e 29 de setembro de 2019. Foram obtidos 3226 inquéritos válidos, sendo 55% dos inquiridos mulheres. A margem de erro máximo é de 1,7%, com um nível de confiança de 95%.
As estimativas eleitorais são obtidas calculando a percentagem de intenções diretas de voto em cada lista em relação ao total de votos válidos (excluindo abstenção, não respostas e indecisos) e apenas são considerados os inquiridos que disseram que “de certeza” vão votar.
As estimativas são baseadas nas seguintes intenções diretas de voto:
Os resultados desta sondagem da Católica apontam para uma bancada socialista com, no mínimo, 97 deputados e, no máximo, 107, do total de 230 deputados. O PSD teria entre 79 e 87 deputados.
Em 2015, o PS elegeu 86 deputados, o PSD 89. O BE teve 19 deputados, o PCP 15, o PEV elegeu 2. O CDS-PP conta com 18 deputados e o PAN elegeu um parlamentar.
O Bloco de Esquerda teria entre 18 e 24 assentos parlamentares, enquanto a CDU elegeria entre 8 e 13 deputados. O CDS-PP conseguiria entre 7 e 11 deputados.
De acordo com as estimativas, o PAN teria, pelo menos, 2 deputados e, no máximo, 4. Na atual legislatura, o partido Pessoas-Animais-Natureza tem apenas um deputado.
O Iniciativa Liberal e o Livre são os que estão mais próximos de eleger um deputado, por Lisboa.
Se o PS ganhar sem maioria absoluta?
Os inquiridos foram questionados sobre qual a melhor solução pós-eleições caso o PS vença, sem maioria absoluta. É este o cenário considerado nesta sondagem como o mais provável, de acordo com este estudo e com outras sondagens publicadas.
Neste cenário, 37% dos inquiridos são favoráveis a um governo apoiado pelo PS e por partidos à esquerda, o que se pode assemelhar com a atual “geringonça” governativa. São os eleitores de esquerda que dão um maior apoio a esta hipótese: 56% dos inquiridos do PS, 79% dos do Bloco de Esquerda, e 83% da CDU.
28% dos inquiridos “não sabem ou não respondem.
Instados a definir quais são esses partidos de esquerda, 29 por cento dos inquiridos dizem que deveria ser o Bloco de Esquerda. A CDU é a escolhida de 22%, enquanto o PAN é a opção de 4% dos entrevistados.
Neste caso, segundo esta sondagem, os eleitores do PSD são mais favoráveis a uma solução de tipo bloco central ou a uma geringonça de direita.
Se o PSD ganhar sem maioria absoluta?
Os inquiridos foram ainda questionados sobre qual a melhor solução pós-eleições caso o PSD vença, sem maioria absoluta.
Neste cenário, a dispersão de opiniões é maior. 24% consideram que o Governo devia ser apoiado pelo PSD com um ou dois partidos à esquerda, num cenário tipo bloco central. 20% apoiaria uma “geringonça à direita”.
Entre os eleitores do PSD, há uma preferência por uma resposta com apoio à direita (49%), seja do CDS-PP ou do Aliança (partido fundado por Pedro Santana Lopes, antigo líder do PSD).
Entre os inquiridos, eleitores do PS, 34% são favoráveis a uma solução de Governo do PSD com apoio à esquerda (principalmente do PS) e 23% optam por uma repetição da solução “geringonça” de esquerda que foi adoptada nas legislativas anteriores, quando o Partido Socialista não foi o partido mais votado.
Estes resultados não preveem o que vai acontecer nas eleições – apenas retratam o posicionamento dos portugueses à data da inquirição, refere o CESOP – Universidade Católica Portuguesa.
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP e para o Público entre os dias 26 e 29 de setembro de 2019. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas quarenta e duas freguesias do país, tendo em conta a distribuição dos eleitores por círculos eleitorais, de modo a garantir que as médias dos resultados eleitorais das últimas eleições nesse conjunto de freguesias (ponderado o peso eleitoral dos seus círculos de pertença) estivessem a menos de 1 ponto percentual dos resultados nacionais das cinco candidaturas mais votados em cada eleição. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente. Todas as entrevistas foram efetuadas com recurso a tablets (CAPI), respondendo os inquiridos à sua opção de voto de forma totalmente confidencial. Foram obtidos 3226 inquéritos válidos, sendo 55% dos inquiridos mulheres, 31% da região Norte, 28% do Centro, 28% de Lisboa, 8% do Alentejo e 5% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, e região na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 63%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 3226 inquiridos é de 1,7%, com um nível de confiança de 95%.
* A taxa de resposta é estimada dividindo o número de inquéritos realizados pela soma das seguintes situações: inquéritos realizados; inquéritos incompletos; não contactos (casos em que é confirmada a existência de um inquirido elegível mas com o qual não foi possível realizar a entrevista); e recusas.