Sócrates fala em "ataque político disfarçado de reflexão" de Passos contra Costa

por Joana Raposo Santos - RTP
Sobre o caso EDP, Sócrates disse ir a tribunal para "repor a verdade dos factos e testemunhar a favor do doutor Manuel Pinho". Manuel de Almeida - Lusa

José Sócrates foi ouvido esta terça-feira em tribunal no âmbito do caso EDP. Questionado sobre as palavras proferidas de manhã por Pedro Passos Coelho, segundo o qual António Costa saiu do cargo por "indecente e má figura", o antigo primeiro-ministro socialista falou num "ataque político disfarçado de reflexão".

“Isso não é nenhuma reflexão, isso é um ataque político que ele fez. Estou muito longe de partilhar esse ponto de vista”, declarou Sócrates.

O antigo primeiro-ministro aproveitou ainda para aconselhar “todos esses que têm esse ponto de vista a terem a devida precaução no que dizem”.

“Com franqueza, estamos para ver quem fez má figura: se foi o primeiro-ministro, se foi o Ministério Público ou se foi a oposição. Mas daqui a uns meses saberemos”, rematou.

Sobre o caso acerca do qual vai testemunhar, José Sócrates disse ir a tribunal para “repor a verdade dos factos e testemunhar a favor do doutor Manuel Pinho”.

A verdade é que nunca o meu Governo nem o doutor Manuel Pinho favoreceram o Grupo Espírito Santo de nenhuma forma. Nunca houve nenhum benefício ilegítimo", assegurou.
Isso é falso, é um relato que tem sido repetido pelo Ministério Público ao longo de 12 anos, criando um embuste enorme que não tem nenhum tipo de fundamento nem de sustentação”.

O antigo chefe de governo frisou ainda que “Manuel Pinho foi um ministro muito importante” no seu Governo, nomeadamente no desenvolvimento do plano tecnológico.Manuel Pinho, em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, é acusado de corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

Sócrates falou ainda sobre a Operação Marquês, dizendo que “o Ministério Público tem uma última tentativa, que é a tentativa das prescrições, que é no fundo dizer sim, perdemos, mas foi na secretaria”.

“O falhanço do processo Marquês deve-se à inocência das pessoas, não se deve a prescrição nenhuma”
, afiançou.
PUB