Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

“Só é barão quem vai a votos”: Aguiar-Branco é candidato às autárquicas

por Ana Sanlez - RTP

“Como nos casamentos, ou vão a votos ou calem-se para sempre”. As palavras são de José Pedro Aguiar-Branco, que pediu este sábado aos militantes presentes no 36º Congresso do PSD, que decorre em Espinho, mobilização total do partido para as autárquicas de 2017. O ex-ministro da Defesa assumiu que será candidato à Assembleia Municipal de Guimarães.

Está escolhida a frente de batalha do PSD para o próximo ano e meio enquanto oposição. Se responder ao repto de José Pedro Aguiar-Branco, o partido vai concentrar todos os esforços nas eleições autárquicas do outono do próximo ano. Naquele que foi, até ao momento, o discurso mais marcante do dia em Espinho, Aguiar-Branco convocou “as tropas” a comparecer em peso nos boletins de voto às Câmaras Municipais.



O ex-ministro da Defesa tomou como exemplo a situação vivida pelo partido em 1997, quando o PSD “saía do cavaquismo” e “sobravam ministros, secretários de Estado, candidatos a líderes. O que fez o nosso presidente do partido na altura? Exigiu que todos fossem candidatos”, relembrou.

E deu um exemplo bem concreto, de “um jovem turco, um enfant terrível que mais tarde seria primeiro-ministro” e foi candidato à Câmara Municipal da Amadora, disse Aguiar-Branco, referindo-se a Pedro Passos Coelho.

Além do ex-primeiro-ministro, continuou Aguiar-Branco, “o presidente do partido era o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Dada esta especial convergência, esta estratégia só pode ser boa”, concluiu.
Barões, aspirantes e ausentes
Mas as palavras do ex-ministro tinham alvos específicos. “Alguém tem dúvidas de que José Eduardo Martins é um grande candidato à nossa Câmara Municipal de Lisboa? Alguém tem dúvidas que o Pedro Duarte é um grande candidato à Câmara Municipal do Porto?” questionou. Os nomes não foram lançados inocentemente, já que tanto José Eduardo Martins como Pedro Duarte têm sido alguns dos maiores críticos da atual liderança do PSD.

Os dois militantes não seriam os únicos alvos de Aguiar-Branco.

“Caros barões, aspirantes a barões, ausentes deste congresso, sigam as ancestrais tradições, gostando ou não do nosso presidente do partido, têm de ir a votos. Como nos casamentos, ou vão a votos ou calem-se para sempre”, sublinhou, repetindo a crítica já feita anteriormente aos “nomes de peso" que não compareceram no Congresso.

“O partido tem quadros e não se pode dar ao luxo de isentar nomes. Não podemos desperdiçar nomes. Nuno Morais Sarmento, Teresa Leal Coelho, Maria Luís Albuquerque, Luís Montenegro, Teresa Morais, Paula Teixeira da Cruz, Matos Correia, todo podem e devem ser candidatos” declarou.

A lista de nomes levou até Fernando Ruas, Presidente da Mesa do Congresso que está a dirigir os trabalhos, a considerar que “estão facilitadas as escolhas para as próximas autárquicas”.

No final Aguiar-Branco revelou que aceitou o desafio para ser candidato à Assembleia Municipal de Guimarães
Cristas em Lisboa? Com o PSD não
Antes da intervenção de Aguiar-Branco as autárquicas já tinham sido alvo de opiniões controversas.
O antigo deputado do PSD, Jorge Bacelar Gouveia, manifestou-se contra uma possível candidatura à Câmara de Lisboa em coligação com o CDS-PP, encabeçada por Assunção Cristas.

"Sinceramente, como lisboeta não gostaria de ser obrigado a votar numa lista, mesmo em coligação, em que a candidata fosse a líder do CDS. Espero que seja apenas um rumor e que nas próximas eleições autárquicas em Lisboa, mesmo havendo coligação, ela seja encabeçada por alguém do nosso partido", salientou.


PUB