O Governo dedica-se, esta semana, a negociações com as ordens e as estruturas sindicais do sector da saúde e das polícias. A “dignificação” e a “valorização” das forças de segurança” são os objetivos com os quais o Ministério da Administração Interna acena à partida para este processo. Do Ministério da Saúde sai também a promessa de empenho “em conseguir pontos de acordo”.
No topo da agenda do Ministério de Ana Paula Martins, esta segunda-feira, está a reunião com o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, que, em declarações à agência Lusa, anunciou a entrega de um documento com “seis prioridades para os próximos 60 dias”, com destaque para a “valorização das condições de trabalho dos médicos”.
Seguem-se as demais ordens, nomeadamente dos enfermeiros e dos psicólogos. Na próxima sexta-feira, têm início as negociações com as estruturas sindicais dos médicos – o Sindicato Independente dos Médicos e a Federação Nacional dos Médicos. Transitam da anterior para a atual tutela as reivindicações de aumentos salariais e melhorias nas condições de trabalho.
Para além dos sindicatos dos médicos, a nova equipa do Ministério da Saúde vai também auscultar os sindicatos dos enfermeiros e dos farmacêuticos.
“Dignificação e valorização”
Também a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, começa esta segunda-feira a reunir-se com representantes das forças de segurança, que exigem um suplemento de missão idêntico àquele que foi atribuído à Polícia Judiciária.
Em comunicado, o Ministério da Administração Interna enunciou como objetivo a “dignificação e valorização das forças de segurança”, sem aclarar se admite estender às polícias um suplemento de missão.A primeira reunião, com as associações da GNR, está marcada para as 16h30. Às 18h00 é a vez das associações sindicais da PSP.
“Estas reuniões serão o início da construção da base de entendimento e conciliação entre as entidades envolvidas, tendo em vista a dignificação e valorização das forças de segurança", lê-se em nota da Administração Interna, segundo a qual o Ministério quer “definir e estabelecer a metodologia e protocolo de audição e negocial” e elencar “os pressupostos do âmbito e objeto para discussão e negociação entre as partes”.
Ouvido pela Lusa, o porta-voz da plataforma que junta sindicatos e associações da PSP e GNR, Bruno Pereira, sublinhou que a reunião desta semana será um primeiro passo, assinalando ainda o compromisso assumido pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Bruno Pereira trisou, todavia, que, na última reunião, a titular da pasta da Administração Interna assumiu como “matéria prioritária” a atribuição de um suplemento de missão, pelo que não compreende agora “a timidez” de Margarida Blasco à partida para os encontros desta semana.
Por sua vez, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, Paulo Santos, afirmou que “os polícias estão à espera que a ministra da Administração Interna dê cumprimento àquilo que foi a promessa de Luís Montenegro”.
“Quero acreditar que vamos discutir o suplemento missão. Essa é a expectativa que os polícias têm que hoje o Governo defina a forma como vai atribuir o suplemento de missão e quando”, vincou o dirigente sindical, manifestando-se ainda “pessoalmente preocupado face à ausência dessa referência pelo Governo e aquilo que é tão vago que é a dignificação salarial e a valorização salarial sem qualquer referência ao suplemento de missão”.
c/ Lusa
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